21.9.20

No "Correio de Lagos" de Set 20

Como se sabe, o país tem andado entretidíssimo a discutir o tema Educação para a Cidadania, onde se encaixa muito bem o dos gatafunhos feitos em equipamento público, que só não tem lugar cativo nesta página porque acabaria por se tornar enjoativo.

Há uns anos, de visita a S. Bartolomeu de Messines, notámos que TODAS as caixas da EDP estavam decoradas com desenhos e pinturas com temas alusivos à terra, com destaque para o seu filho mais famoso, o poeta e pedagogo João de Deus. Notámos como isso desencorajava a sua vandalização, pelo que mais tarde saudámos os autocolantes alusivos aos Descobrimentos colocados nas caixas existentes na Praça do Infante, onde o efeito na sua preservação foi idêntico. 

Recentemente, sucedeu o que as imagens documentam, valendo a pena ver o que isso mostra de falta de civismo e — ainda mais — de ignorância! 

Ora veja-se o que os “artistas” escreveram: Pedro Álvares Cabral, que no Ano de 1500 saiu da Europa com destino à Ásia (acabando por tocar na América) é referido como tendo ido “apanhar pretos”, o que só poderia ser feito em África — mas, logo por azar, o único continente, dos 4 conhecidos à época, que não lhe interessava! Quanto a D. João I (que, segundo esses pataratas, queria que lhe mandassem muito ouro), ele nada teve a ver com a exploração da costa ocidental de África — de onde o ouro, de facto, passou a vir, mas só décadas mais tarde, no tempo do seu filho, D. Henrique. Haja pachorra, meninos!


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1 Comments:

Blogger José Batista said...

A cidadania ensina-se praticando, dando o exemplo e exigindo em conformidade. Caso contrário, não se ensina (nem a dita é apreendida). Parece-me que o insucesso na matéria tem origem em desconformidade subjacente, grave e persistente.

21 de setembro de 2020 às 11:10  

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