A seca inventada - III
HÁ meia-dúzia de anos, acompanhei de perto o problema do famoso (mas impropriamente assim chamado) «Bug do ano 2000» (*), e lembro-me bem que havia quem garantisse que isso era tudo uma grande treta para muita gente ganhar dinhero. Um dos que defendiam isso era um simpático colunista que havia no «Expresso» (cujo nome já não recordo) que escrevia sobre media.
E essa conversa irritava-me, tanto mais quanto eu pude testemunhar ensaios feitos (um deles numa fábrica, num fim-de-semana) em que se comprovava que algumas máquinas iriam, de facto, ter problemas graves.
O certo é que as pessoas se mobilizaram, os problemas foram resolvidos a tempo, e a entrada no ano 2000 não foi catastrófica. Em consequência disso, o tal entendido decretou, logo no início de Janeiro:
«Vêem como eu tinha razão e não aconteceu nada?»
O mesmo se passa agora com a actual falta de água.
As pessoas mais conscientes vão reduzindo os consumos para que haja para todos, e não faltarão, mais tarde, tontos a concluir:
«Vêem como eu tinha razão e não faltou água?»
--
(*) Estavam em causa possíveis (e previsíveis) problemas motivados pelo facto de alguns computadores mais antigos referenciarem o ano com os 2 últimos dígitos, podendo, por isso, confundir o ano 2000 com o de 1900. Isso implicaria problemas com todos os programas em que as datas fossem importantes (facturações, salários, funcionamento de máquinas a certas horas, etc)
E essa conversa irritava-me, tanto mais quanto eu pude testemunhar ensaios feitos (um deles numa fábrica, num fim-de-semana) em que se comprovava que algumas máquinas iriam, de facto, ter problemas graves.
O certo é que as pessoas se mobilizaram, os problemas foram resolvidos a tempo, e a entrada no ano 2000 não foi catastrófica. Em consequência disso, o tal entendido decretou, logo no início de Janeiro:
«Vêem como eu tinha razão e não aconteceu nada?»
O mesmo se passa agora com a actual falta de água.
As pessoas mais conscientes vão reduzindo os consumos para que haja para todos, e não faltarão, mais tarde, tontos a concluir:
«Vêem como eu tinha razão e não faltou água?»
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(*) Estavam em causa possíveis (e previsíveis) problemas motivados pelo facto de alguns computadores mais antigos referenciarem o ano com os 2 últimos dígitos, podendo, por isso, confundir o ano 2000 com o de 1900. Isso implicaria problemas com todos os programas em que as datas fossem importantes (facturações, salários, funcionamento de máquinas a certas horas, etc)
4 Comments:
A imagem que aqui se mostra é do livro «Operação JEREMIAS» - onde o "herói" tem de combater o temível "bug".
Actualmente, o livro está disponível, integral e gratuitamente (juntamente com outros - todos em formato PDF), em www.jeremias.com.pt
Agora é que um "bug" desses dava jeito ao governo, para ter uma boa desculpa para cortar nas reformas e nas pensões!
C.E.
Sempre ouvi dizer que se prevenirmos a tempo, irá dar melhores resultados. Não é?
Stop blogging right now!
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