5.7.07

Rigor a 99,9% já é bem bom! (*)

EM TEMPOS, ia estrear-se no Teatro Sá da Bandeira, no Porto, uma determinada peça, quando sucedeu uma desgraça: o comboio que, tendo partido de Lisboa, levava a companhia, atrasara-se, pelo que o espectáculo estava comprometido.
Foi então preciso que alguém viesse à boca-de-cena e explicasse, aos espectadores que enchiam a sala, o que se passava; o estimável público decerto compreenderia que são coisas que acontecem, além de que, vendo bem, a culpa era da CP. Ora, ainda mal tinha acabado de ser dada tão ingénua justificação, quando se ouviu um berro irado vindo da assistência: «Viessem ontem!».
Esta história é contada por Raul Solnado como ilustração de que «Há coisas que, pura e simplesmente, NÃO PODEM ACONTECER» porque, além da sua gravidade, são previsíveis e, como tal, evitáveis.
E isto vem a propósito dos recorrentes erros na elaboração dos exames a que correspondem, invariavelmente, desculpas esfarrapadas, soluções trôpegas e - é claro! - responsabilizações inexistentes.
Desta vez, nem faltou a Senhora Ministra vir minimizar o problema chamando-nos a atenção para um pormenor importante: foi só 1 erro, em 1000 perguntas!
Pelos vistos se, numa sarrafuca, apenas uma bala, em 1000, lhe acertar na moleirinha, a senhora achará que não é caso para alarme. Ah, valente!!
(*) A propósito da crónica "GRANDES ERROS", de Carlos Fiolhais.

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