12.12.07

A Física do Menino Jesus

Por Carlos Fiolhais


Como estamos quase no Natal recupero uma das minhas crónicas do "Sol" alusivas à época, e que foi publicada no Natal passado quando ainda não havia "De Rerum Natura". Na figura, o quadro "O Menino Jesus entre os Doutores", de Albrecht Duerer, 1506, Museu Thyssen, Madrid).

DE FACTO, É UMA COISA EXTRAORDINÁRIA que o Pai Natal, no seu trenó puxado por renas voadoras, consiga entregar tantos presentes numa só noite. Será que viola as leis da Física?

O assunto tem sido bastante debatido e, se o leitor perguntar ao Google por “The Physics of Santa Claus” encontrará 1860 entradas. Está na Internet uma prova, com base nas leis da Física, da inexistência do Pai Natal. Um dos argumentos é que um trenó tão carregado e tão rápido sofreria no ar uma fricção maior do que a do Space Shuttle na reentrada na atmosfera. Mas já doutos físicos se pronunciaram em favor do Pai Natal: um propôs uma protecção magnético-iónica para o trenó enquanto outro, com mais imaginação, disse que o Pai Natal vem do pólo Norte por um túnel no espaço-tempo, usando dimensões escondidas.

E o Menino Jesus? Em Portugal o Pai Natal veio, nos tempos recentes, tirar o lugar ao Menino Jesus, que era quem entregava as prendas no sapatinho. As crianças ficavam umas ao pé coxinho, outras todas descalças e outras ainda de pantufas, à espera que o Menino Jesus lhes viesse entregar as merecidas prendas. Os que já estavam na “idade dos porquês” interrogavam-se justamente sobre como seria possível que um menino tão pequenino pudesse trazer tanta coisa!.
Se formos ao Google não encontramos nada sobre “A fìsica do Menino Jesus” Mas há, de facto, uma relação entre o Menino Jesus e a física: e esta encontra-se na Internet num texto sério, na Universidade de Minnesota (“Jesus at School”). É sabido que o Menino Jesus fugiu aos pais para se ir encontrar com os doutores. Está no Evangelho de São Lucas, o evangelho canónico que descreve a infância de Jesus. Mas há evangelhos apócrifos, como o Evangelho Árabe da Infância de Jesus, que dão pormenores sobre o episódio. O primeiro doutor perguntou-lhe se Ele lia livros. Sim, lia. O segundo se Ele sabia astronomia. Sim, sabia. E o terceiro, um filósofo, perguntou-lhe se Ele tinha conhecimentos de física. Sim, tinha. Perante a sapiência de Jesus, logo o filósofo se declarou seu discípulo. É a vantagem de saber física!
«DE RERUM NATURA» de 11 de Dezembro de 2007 - c.a.a.

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6 Comments:

Blogger R. da Cunha said...

Do que eu não gosto é da substituição do menino Jesus da minha meninice por esse de Pai Natal. Mas quem pode ser e o que significa Pai Natal? Não seria melhor, então, Avô Natal?

12 de dezembro de 2007 às 18:35  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Mas há mais:

A árvore de Natal, as renas, etc., também têm pouco (ou nada) a ver com o Natal - entendido como data (mesmo só convencional) do nascimento de Cristo.

Nesse aspecto, o velho presépio é que "bate certo" com a efeméride.

12 de dezembro de 2007 às 18:42  
Blogger R. da Cunha said...

Absolutamente de acordo.
Há tradições e tradições, pois muitas caem, e bem, em desuso. Mas no caso, é muito mais que tradição: é o respeito por aquilo que se julga estar mais próximo da realidade. Renas, pinheiros e pais natais na Palestina de há 2007 anos não lembraria ao próprio Herodes.
E se se iniciásse um movimento a abolir tais desmandos, para que regressássemos ao tal "tradicional"?

12 de dezembro de 2007 às 22:04  
Anonymous Anónimo said...

E o que tem lá isso de o Pai Natal violar as leis da física de extraordinário?
O nosso Primeiro Ministro também as viola, as da física, do bom-senso e as outras, e sr. Google não diz nada.

12 de dezembro de 2007 às 22:17  
Blogger Unknown said...

Desde que não acabem com os petiscos tradicionais, por mim até podem pôr bailarinas de samba nos presépios, eheheheheh...

13 de dezembro de 2007 às 09:48  
Blogger Contacte-nos said...

Santa Claus is perhaps the most remarkable of all the figures associated with Christmas. To us, Santa has always been an essential part of the Christmas celebration, but the modern image of Santa didn't develop until well into the 19th century. Moreover, he didn't spring to life fully-formed as a literary creation or a commercial invention (as did his famous reindeer, Rudolph ). Santa Claus was an evolutionary creation, brought about by the fusion of two religious personages (St. Nicholas and Christkindlein, the Christ child) to become a fixed image which is now the paramount symbol of the /secular/ Christmas celebration.

O texto completo em: http://www.snopes.com/cokelore/santa.asp

14 de dezembro de 2007 às 12:22  

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