Concurso de legendas
À ESQUERDA, uma foto do «Público» de hoje [v. aqui] mostra uma casa cuja construção deve muito a alguém bastante conhecido. À direita, um cartoon de Rui Pimentel («Visão») mostra uma outra casa cuja destruição deve muito a alguém também bastante conhecido.
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Desafiam-se os leitores a criarem uma legenda (*) para este par de imagens. O prémio para a melhor será um exemplar de um dos livros «Cidade Escaldante», «Viagem a um Mundo Fantástico» e «... no País das Maravilhas», à escolha do vencedor. O prazo termina às 20h da próxima quarta-feira, dia 6.
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Actualização 1: no seguimento do que, entretanto, li em alguns blogues (em que o aspecto estético é misturado com o legal e ético), redigi uma "adenda" que afixei no comentário das 19h32m.
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Actualização 2: melhor ainda do que a foto que aqui se vê, é a que o «Público» publicou no dia 2 Fev 08 e que pode ser vista num endereço provisório, [aqui]
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(*) Além do prémio a atribuir à melhor legenda (em princípio, um texto com uma só frase), haverá um outro para o melhor comentário (sem limite de extensão).
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Actualização:
1- O prémio LEGENDA foi atribuído a "Pascoal", a quem o livro «Viagem a um Mundo Fantástico», que escolheu, já foi enviado.
2- Quanto ao prémio COMENTÁRIO: o livro «Cidade Escaldante» foi atribuído a INF-1962 e «Alice no País das Maravilhas» a MJE. Ambos á foram enviados.
Etiquetas: CMR, Passatempos
17 Comments:
Uma boa legenda seria: "Sanha Persecutória"
Já que eles continuam a votar em nós: nós pimba!
Proposta de título: Mais uma "genialidade" de um "génio" incompreendida(o)
MAMA[ou]RRACHO
Eu sou prof. no ISEL e tenho uma vaga ideia de os alunos de eng. Civil se queixarem, aqui há uns anos, quando o ISEL ainda não dava mais que o bacharelato (3 anos) que não podiam assinar projectos. Na altura o maior problema dos engenheiros técnicos em relação aos engenheiros, era precisamente em engenharia civil, por causa de não poderem assinar projectos.
Nesta altura em que isto ocorreu (Sócrates assinar projectos na Covilhã) ele era engenheiro técnico ou já tinha acabado o curso da Independente?
Fui ver os meus arquivos e encontrei uma imagem das que circularam na net no ano passado, com as notas de Sócrates. São notas de 94/95, quando ele estava a tentar obter a licenciatura!
Ora o Público diz "José Sócrates assinou numerosos projectos de edifícios na Guarda, ao longo da década de 80". Nesta altura ele seria apenas engenheiro técnico.
Como engenheiro técnico podia assinar projectos de engenharia civil????
E foi deste modo, que o Jovem Pinto de Sousa se iniciou na construção. Primeiro, construiu uns “Barracos”, ali para os lados da Beira Alta. Depois, obcecado pelas grandes obras, pega na colher e na “talocha” e vai daí, instala-se com a “trolhada” no hospício de S. Bento, dando desta forma continuação às “barracadas governamentais” dos anteriores governos. As maiores, como bem nos recordamos, foram: portuguesas a “parir” em Espanha, urgências para que vos quero, as reformas estão-se a transformar numa miragem, os certificados de aforro, bem, com os vencimentos de m…, para que servem os aforros! Só é pena que a ASAE/DGS não tenha poderes para demolir estas casas senão, … lá tinha que vir a tropa a distribuir tendas P3, P12, P16 pelos desgraçadinhos que encomendaram projectos aos engenheiros técnicos.
Neste país tudo se constrói, tudo se destrói e todos se conformam.
Muita gente comenta e raros são os que sabem o que dizem.
Ainda hoje é possível, com as leis e regulamentos em vigor, que projectos de menor dimensão sejam assinados por Engenheiros Técnicos, Agentes Técnicos de Arquitectura e Engenharia, ou Construtores Civis diplomados.
Em todo este assunto, há dois aspectos diferentes - que convinha não misturar: o estético e o legal:
1.º - Toda a gente sabe que casas como a que se vê na foto são “enjorcadas” ao gosto do cliente.
Podem ser horríveis (em geral são-no!), mas o projectista pouco pode fazer: o freguês diz o que quer e até que materiais de acabamento usar. O projectista faz os desenhos e os cálculos (lages, pilares, fundações, instalações de água, gás, electridade, etc), e só tem de respeitar as normas.
Neste mercado, se quiser ir mais longe e entrar pela estética (e, já agora, que formação tem para isso?!), ninguém lhe dará trabalho...
O aspecto estético, na prática, só poderia ser defendido a um nível acima, dos Serviços de Arquitectura e Urbanismo das câmaras. O problema é que aí, como se sabe, estamos bem servidos…
Lembremo-nos que os arquitectos andam há anos a querer ter uma palavra a dizer nos edifícios que se fazem pelo país fora - incluindo os das maiores cidades. E não têm tido sorte nenhuma!
2.º - Resta o problema legal (ou ético, se se preferir), que aparece quando o projectista não está habilitado a assinar o que fez.
Aí, surge a necessidade de recorrer a outrém, que o esteja.
Incompatibilidades e corrupção podem vir associadas, também, mesmo em casos em que o projectista até está perfeitamente habilitado:
É o caso do indivíduo que trabalha na própria câmara, e que contorna a incompatibilidade dando o trabalho a assinar a outro; depois, até pode ir fiscalizar o que ele mesmo fez...
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Poderíamos ir mais longe, analisando o que se passa com os indivíduos que "assinam de cruz", dando só o nome, sem verem nem reverem nada. Mas fica para outra altura.
A CRÓNICA de João MIranda, no "DN" de hoje (sábado) está correctíssima e vale a pena ler:
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De acordo com o jornalista António Cerejo, do jornal Público, José Sócrates assinou, ao longo dos anos 80, projectos de engenharia realizados por outros técnicos. A prática não é, por si só, ilegal ou eticamente reprovável. Nos anos 80, José Sócrates era engenheiro técnico qualificado para assinar projectos de engenharia. O técnico que faz o projecto não tem de ser necessariamente o técnico que o assina. São normais situações em que um técnico não qualificado em formação trabalha em colaboração com um técnico qualificado que o orienta. A função do técnico não qualificado é a de executar o projecto sob orientação, a do técnico qualificado é a de verificar e corrigir o trabalho inicial e a de aprovar a versão final do projecto. A responsabilidade sobre o projecto é sempre do técnico qualificado.
Mas o caso é um pouco mais picante. De acordo com António Cerejo, Sócrates terá assinado projectos de colegas qualificados para os assinar, mas legalmente impedidos de o fazer. Os verdadeiros autores dos projectos eram técnicos da Câmara da Guarda. A lei impedia-os de assinar projectos por boas razões. Enquanto técnicos da Câmara da Guarda eles participavam nos processos de aprovação e de fiscalização. O impedimento tinha dois objectivos. Por um lado servia para evitar esquemas de corrupção. Se quem aprova e fiscaliza os projectos pudesse ser ao mesmo tempo fiscal e projectista, poderia usar a sua posição de fiscal para favorecer o seu negócio de projectista. Por outro lado, o impedimento servia para garantir a integridade do processo de fiscalização. Se o fiscal fosse ao mesmo tempo o projectista, o processo de fiscalização ficaria comprometido, porque o fiscal estaria numa situação de conflito de interesses ao fiscalizar o seu negócio de projectista. Neste caso, a assinatura de um projecto por outro que não o seu autor levanta graves problemas éticos.
Vinte anos depois, José Sócrates poderá ser desculpado pela ingenuidade ou por tudo se ter passado numa época menos exigente. Mas a sua autoridade enquanto primeiro-ministro fica debilitada.
Legenda:
Amazing, Pá!!!
Inglês técnico versus Engenharia técnica.
Espero escrever em breve um ou dois posts referindo casos que conheci de casas clandestinas que foram feitas primeiro e "projectadas" depois - e algumas nem isso!
"Viagens na minha terra"
Ou ainda:
"Outros Carnavais..."
Se me permitem mais uma proposta de título, aqui vai: Um dia, as "obras-primas" socretinas cairão por terra
Enviado por mail por
MJE (projectista de arquitectura):
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Legenda para a foto:
"Léria-lépida-lesa-majestade"
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Comentário ao caso:
- O Autor do Projecto (empresa, arquitecto ou engenheiro), sabendo e querendo, poderá sempre definir com o Dono da Obra (cliente) os objectivos do Projecto e da Obra – incluindo desenho, calendarização e custos. É seu dever fazê-lo e seu direito zelar pelo resultado correcto do seu trabalho.
- Os casos fotografados pelo Público são exemplos de grande desleixo profissional, tanto dos autores do projecto, como dos técnicos e fiscais autárquicos.
- Sendo pouco exigentes as Normas do RGEU e outras aplicáveis à construção, os projectistas deveriam empenhar-se em ultrapassar a banalidade.
- Em evoluir na busca de uma cultura de rigor na sua actividade profissional - que os elevasse no seu estatuto de ‘Técnicos’ e, eventualmente, de ‘Políticos’.
- Uma cultura que dignificasse a profissão. A sua e as dos outros.
- Uma exigência que ombreasse com a dos que, não acedendo a cursos superiores, se ‘arranjam’ exemplarmente com profissões ditas menores.
- Têm-se observado muitos casos de grande qualidade e empenho profissional nos nossos governantes.
- Lamentavelmente, este parece não ser um desses casos.
- Até quando teremos que nos ‘arranjar’ com isto?
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