Jogos matemáticos
ABRIU ONTEM EM LISBOA uma exposição sobre jogos de tabuleiro. Foi acolhida no Museu de Ciência, no espaço da antigo Politécnica, onde está a decorrer um encontro internacional sobre jogos. É o «Board Game Studies Colloquium», que tem lugar pela primeira vez no nosso país e é organizado pela associação Ludus, com apoio, entre outras organizações, da Sociedade Portuguesa de Matemática.
Só quem desconhece os estudos modernos sobre jogos pode espantar-se com este apoio. Os jogos de tabuleiro, como é o caso das damas ou do xadrez, levantam problemas matemáticos interessantes e complicados.
Não se sabe, por exemplo, se o jogo do xadrez daria um empate se fosse jogado por dois jogadores perfeitos, ou seja, por dois jogadores hipotéticos que seguissem estratégias perfeitas e tivessem capacidade de consideração simultânea de todas as jogadas possíveis. Por contraste, sabe-se que o jogo do galo desemboca sempre num empate se for jogado por dois jogadores que não façam erros. E é fácil não fazer erros num jogo tão simples como esse.
Com o xadrez, contudo, o caso muda de figura. O número posições e de jogadas possíveis é tão gigantesco que nem com os mais modernos meios computacionais os matemáticos especialistas neste jogo conseguem resolvê-lo, ou seja, não conseguem perceber se há estratégias óptimas sempre vencedoras ou, no mínimo, conducentes a um empate.
Para os que não são especialistas, os jogos têm outros aliciantes — é divertido jogá-los, claro. E no caso dos jogos de tabuleiro há ainda um prazer maior para os sentidos: apreciar as peças belíssimas e surpreendentemente variadas que servem de suporte a estes jogos. Vale a pena vê-las nesta exposição.
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