Negócios e fisco
Por Antunes Ferreira
AS GRANDES CIDADES têm sempre zonas que, em tempos, eram chamadas de má fama. As pequenas grandes cidades, também. Naturalmente, portanto, Lisboa também as tem. Algumas entre essas problemáticas, evoluem; outras, consideradas até ao seu momento fatal de sanidade acima de qualquer suspeita, involuem. Ou regridem, ou lá o que quiserem. Gosto mais do in, mesmo que não exista o vocábulo. E se tal acontece, vou já à SPDA e ao Prof. Malaca Casteleiro para fazer os respectivos registos. C’os diabos: não se parem neologismos todos os dias.
Rezaram os media que a PSP, através do Comando Metropolitano de Lisboa, desencadeou há uns dias a operação «Vasco da Gama». Com um nome destes, forçosamente que teria de haver conotações orientais no acontecido. Pormenorizando, e sempre de acordo com a comunicação social, ela contou com efectivos bastantes. E qualificados.
A saber: o Grupo de Intervenção e o Grupo Operacional Cinotécnico; a Câmara, com elementos da Polícia Municipal e da Área Social; a ASAE (podia lá faltar a Autoridade); o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras; a Direcção de Finanças da capital; a Inspecção Tributária; a Direcção Geral das Alfândegas e Impostos Especiais sobre Consumo e, ainda, a Autoridade para as Condições do Trabalho. Não faltou ninguém.
A acção decorreu durante três horas na Praça da Figueira, Martim Moniz, Largo de São Domingos, Rua da Palma, Almirante Reis e Intendente. Locais identificáveis e identificados à distância. A investigação, iniciada dois meses antes, pretendeu fiscalizar a actividade comercial na zona e detectar situações ilegais e ilícitas, como a presença de cidadãos ilegais no País, focos de pequeno tráfico de droga e prática de prostituição em albergues e pensões onde são detectados casos de desordem. O texto consta de comunicado do Comando Metropolitano da PSP.
Rezaram os media que a PSP, através do Comando Metropolitano de Lisboa, desencadeou há uns dias a operação «Vasco da Gama». Com um nome destes, forçosamente que teria de haver conotações orientais no acontecido. Pormenorizando, e sempre de acordo com a comunicação social, ela contou com efectivos bastantes. E qualificados.
A saber: o Grupo de Intervenção e o Grupo Operacional Cinotécnico; a Câmara, com elementos da Polícia Municipal e da Área Social; a ASAE (podia lá faltar a Autoridade); o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras; a Direcção de Finanças da capital; a Inspecção Tributária; a Direcção Geral das Alfândegas e Impostos Especiais sobre Consumo e, ainda, a Autoridade para as Condições do Trabalho. Não faltou ninguém.
A acção decorreu durante três horas na Praça da Figueira, Martim Moniz, Largo de São Domingos, Rua da Palma, Almirante Reis e Intendente. Locais identificáveis e identificados à distância. A investigação, iniciada dois meses antes, pretendeu fiscalizar a actividade comercial na zona e detectar situações ilegais e ilícitas, como a presença de cidadãos ilegais no País, focos de pequeno tráfico de droga e prática de prostituição em albergues e pensões onde são detectados casos de desordem. O texto consta de comunicado do Comando Metropolitano da PSP.
Os resultados, igualmente enumerados, tiveram a expressão que conseguiram ter. Foram identificados 310 estrangeiros, encerrados quatro estabelecimentos e apreendidos dois mil quilos de peixe sem rotulagem, no valor de oito mil euros. Oito desses estrangeiros «foram alvo de notificações de abandono voluntário» do País e «21 foram objecto de notificações de comparência». Presumo que perante as autoridades.
Apreenderam-se dez telemóveis e uma máquina de jogos, fiscalizaram-se 129 veículos, foram registadas 16 infracções ao Código da Estrada, 18 autos por contra-ordenação do trânsito e 16 também por contra-ordenação, estes no domínio dos estabelecimentos. Um rol com uma certa dimensão. Não se pode comentar que foi um mons parturiens, mas também não teve resultados empolgantes. Comparados com o do pesadelo no Alvalade, menos decepcionantes, mas, enfim…
A estas coisas, há, no entanto, que dar o devido valor e não se ficar pela nossa mesquinhez habitual, muito menos pela mediocridade que exibimos quotidianamente. Não se fizesse nada e caía o Carmo e a Trindade. Mas que é isto? Até onde chegámos! É para isso que pagamos os nossos impostos? E a nossa segurança? E a criminalidade? Por este andar, não vamos lá.
Desta feita, foi-se. E logo vem o autor destas linhas lançar perfidamente a insinuação torpe, plantar a cizânia ignóbil, apostrofar os autores do feito por mor da debilidade dos saldos que se conseguiram obter. Não presta, portanto, o escriba, confissão que nem com quinhentos actos de contrição e penitência de milhentas orações justificaria a absolvição. Tenho-o dito e escrito: nós, os Portugas, não prestamos.
Dito isto, só me resta o recurso (não para qualquer Relação ou Supremo, nem para ralações supremas) a uma estória que me foi emailada por um tal Maia Figueiredo, meu correspondente quotidiano e prolífero. Um muito obrigado aqui exaro. Sem ele e o seu contributo, não haveria crónica, por crónica e prolongada falta de inspiração do autor. Entretanto foram-me chegando remessas semelhantes. A esmo e por exemplo: da Marina Dinis, psiquiatra encartada na nossa praça.
Apreenderam-se dez telemóveis e uma máquina de jogos, fiscalizaram-se 129 veículos, foram registadas 16 infracções ao Código da Estrada, 18 autos por contra-ordenação do trânsito e 16 também por contra-ordenação, estes no domínio dos estabelecimentos. Um rol com uma certa dimensão. Não se pode comentar que foi um mons parturiens, mas também não teve resultados empolgantes. Comparados com o do pesadelo no Alvalade, menos decepcionantes, mas, enfim…
A estas coisas, há, no entanto, que dar o devido valor e não se ficar pela nossa mesquinhez habitual, muito menos pela mediocridade que exibimos quotidianamente. Não se fizesse nada e caía o Carmo e a Trindade. Mas que é isto? Até onde chegámos! É para isso que pagamos os nossos impostos? E a nossa segurança? E a criminalidade? Por este andar, não vamos lá.
Desta feita, foi-se. E logo vem o autor destas linhas lançar perfidamente a insinuação torpe, plantar a cizânia ignóbil, apostrofar os autores do feito por mor da debilidade dos saldos que se conseguiram obter. Não presta, portanto, o escriba, confissão que nem com quinhentos actos de contrição e penitência de milhentas orações justificaria a absolvição. Tenho-o dito e escrito: nós, os Portugas, não prestamos.
Dito isto, só me resta o recurso (não para qualquer Relação ou Supremo, nem para ralações supremas) a uma estória que me foi emailada por um tal Maia Figueiredo, meu correspondente quotidiano e prolífero. Um muito obrigado aqui exaro. Sem ele e o seu contributo, não haveria crónica, por crónica e prolongada falta de inspiração do autor. Entretanto foram-me chegando remessas semelhantes. A esmo e por exemplo: da Marina Dinis, psiquiatra encartada na nossa praça.
Não me parece necessário entrar em muitos pormenores. Daí que me detenha, nomeadamente, no Martim Moniz, cujos centros comerciais, sobretudo o da direita (de quem vai para a Almirante Reis, nada de maus pensamentos e ínvias intenções) possuem inúmeras lojas, lojinhas & similares caracteristicamente orientais, do indiano ao chinês.
É um centro também de… fumo e de agulha, até mesmo de comprimidos. Consumidores/compradores, é o que não falta. Pequenos dealers (forma bonita de dizer rastejantes e milimétricos vendedores) por lá igualmente andam e proliferam. O ar que se respira já indicia o que ali se passa. Alto lá: não sãos todos assim os humanos que por ali cirandam. Nada disso. Há gente boa, honesta e vertical por toda a parte, felizmente. Por que bulas não haveria de existir no Martim Moniz?
Aclarado o escrito, vamos à estória. Um senhor de fato e gravata e, até, de sapatos engraxados, entra na loja/cubículo do Abdul, cidadão com autorização de permanência no País. O cavalheiro mira, com ar desprezível, a desarrumação normal: coisas aos montes, caixas de cartão vazias, sacos de plástico das mercadorias, brinquedos mais sofisticados ou absolutamente primários, leques, saris garridos pendurados em cabides de arame duvidoso, barrinhas de incenso para fumigação, quadros e estatuetas de Shiva, de Gandhi, do Padre Cruz, do Cristiano Ronaldo e da Senhora de Fátima.
É um centro também de… fumo e de agulha, até mesmo de comprimidos. Consumidores/compradores, é o que não falta. Pequenos dealers (forma bonita de dizer rastejantes e milimétricos vendedores) por lá igualmente andam e proliferam. O ar que se respira já indicia o que ali se passa. Alto lá: não sãos todos assim os humanos que por ali cirandam. Nada disso. Há gente boa, honesta e vertical por toda a parte, felizmente. Por que bulas não haveria de existir no Martim Moniz?
Aclarado o escrito, vamos à estória. Um senhor de fato e gravata e, até, de sapatos engraxados, entra na loja/cubículo do Abdul, cidadão com autorização de permanência no País. O cavalheiro mira, com ar desprezível, a desarrumação normal: coisas aos montes, caixas de cartão vazias, sacos de plástico das mercadorias, brinquedos mais sofisticados ou absolutamente primários, leques, saris garridos pendurados em cabides de arame duvidoso, barrinhas de incenso para fumigação, quadros e estatuetas de Shiva, de Gandhi, do Padre Cruz, do Cristiano Ronaldo e da Senhora de Fátima.
- Ouve lá, senhor, como é o teu olhar com cara de parvo sobre o meu lojinha. Com ela, desde mais de dez anos, já tenho andar no Chiado, casa de campo no Carregado, uma apartamento em Albufeira, terrenos pé de Castro Verde, meu filho estudar medicina nos Estados Unidos, minha filha estágio de moda em Paris, para não te contar dos seis automóveis e quatro computateres e telelés com pequena pen e tudo. E conta nos Banco. Ouviste senhor?
- Bom dia. Identifico-me com o meu cartão. Rui Saraiva, funcionário da Direcção Geral dos Impostos, em serviço de fiscalização a bens diversos, incluindo imóveis, móveis e outros.
- Senhor Dótor. Eu apresento: Abdul Malan, monhé maior mentiroso de Martim Moniz. Desejas alguma coisa, senhor?
Etiquetas: AF
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home