5.5.08

Balanço de um debate público

Por A. M. Galopim de Carvalho

COMO DIRECTOR QUE FUI, durante vinte anos, do Museu Nacional de História Natural; como docente da Faculdade de Ciências de Lisboa, entre 1961 e 2001, tendo por local de trabalho as suas instalações, de onde nunca saí, nem na sequência do incêndio de 1978; e, sobretudo, como cidadão, cumpre-me tornar público o balanço que faço da situação levantada pelo concurso de ideias, visando a reorganização urbanística do conjunto Parque Mayer, Jardim Botânico, Edifícios da Politécnica e Área Envolvente, aberto pela Câmara Municipal, em estreita colaboração com a Universidade de Lisboa.
Concluídas as três sessões do debate público (7, 14 e 21 de Abril), decorridas no auditório Manuel Valadares, na Politécnica. Estas sessões, muito concorridas e participadas, e muitíssimo bem conduzidas, pelo Dr. Miguel Lobo Antunes, da Culturgest, e pelo arquitecto Manuel Salgado, vereador da CML permitiram um larga troca de ideias que, certamente, os projectistas vão tomar em consideração, na fase que se seguirá a esta, agora concluída. É de justiça felicitar a Câmara e a Universidade pelo facto de terem pretendido auscultar a opinião de todos os interessados, e foram muitos, que ali acorreram. Limitando-me aos espaços da Politécnica e do Jardim Botânico (o Parque Mayer tem quem fale por ele), constatei o grande protagonismo da autarquia, sempre representada, e bem, ao mais alto nível, em contraste com o notório apagamento da outra parte interessada no problema em debate, o que não deixou de me causar estranheza e algum desencanto.
No final dos debates o arquitecto Manuel Salgado, entre outras considerações fez saber que aguardava, até ao fim da semana, um documento da Universidade, no qual constarão as condições da sua anuência a este megaprojecto. Espero que os responsáveis, com poder de decisão neste processo, tenham em atenção as vozes que se fizeram ouvir neste debate, em especial, as dos que aqui viveram ou estão a viver o melhor das suas vidas profissionais.
23 de Abril de 2008 - Texto não publicado na CS, mas distribuído entre os trabalhadores dos Museus sedeados na Politécnica; as crónicas que o autor aqui afixa estão também disponíveis no seu blogue-arquivo Sopas de Pedra.

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2 Comments:

Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

O Professor Galopim de Carvalho junta-se, a partir de agora, aos "contribuidores" do Sorumbático.

5 de maio de 2008 às 15:02  
Blogger R. da Cunha said...

Boa "aquisição", mais uma!

5 de maio de 2008 às 18:44  

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