2.1.09

Acreditem mas não acreditem

Por Pedro Lomba
NA SUA MENSAGEM DE ANO NOVO, o Presidente da República pediu ontem aos portugueses que não desanimem perante a crise, que continuem a acreditar. Esse tom já era esperado na mensagem: os inevitáveis apelos à união e à persistência de todos. Mas Cavaco Silva não se ficou por aí. Também disse: não acreditem, não se enganem e, sobretudo, não se deixem enganar. Há oito anos que Portugal se afasta do ritmo médio de crescimento da Europa, gastamos o que não produzimos e a dívida externa do país é uma catástrofe. Esta é, de facto, a realidade. Não se enganem. E não acreditem se algum governo anda por aí, cheio de truques, a querer vender-vos o contrário.
Ao ouvir ontem Cavaco Silva, eu perguntei-me o que pode um Presidente da República dizer sobre a crise se hoje os governos, um pouco por todo o lado, parecem ter recebido um mandato livre para intervir como bem entendam na economia.
A mensagem do Presidente teve essa virtude: alguém que ao menos fale toda a verdade sobre a crise.
«DN» de 2 de Janeiro de 2009

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1 Comments:

Blogger GMaciel said...

Pois é! Só é pena que o PR use e abuse da falta de memória ingénita deste povinho. Ele já lá esteve, lembram-se? E com maiorias e com milhões a esmo... para quê? Para algumas coisas continuarem na mesma e outras simplesmente desaparecerem.

E agora, como PR? Assina de cruz a tudo e elogia as "reformas" deste governo... só se queixa quando, alegadamente, lhe mexem nos poderes.

Pois é!

3 de janeiro de 2009 às 12:31  

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