Sector pornográfico sem activos
Por Ferreira Fernandes
O ESTADO DA ECONOMIA ilustra-se por riscos subindo e descendo. Os actuais indicadores são linhas que, vindas dos píncaros, mergulham, são acentos circunflexos que ainda há pouco subiam, subiam, e agora caem.
Mas talvez em nenhum outro sector essa forma de pintar a impotência marque tanto como na indústria pornográfica. Não tanto por esta, no ano passado, se ter precipitado 22% (houve sectores que caíram mais). Mas porque nela, na pornografia, aquela recta desfalecida sugere mais, sugere tudo.
Normal, pois, o apelo ao Congresso feito pelos patrões do porno americano - entre eles o célebre Larry Flynt, cuja vida até foi filmada por Milos Forman. Eles querem um pacote, perdão, um plano para estimular, perdão, um plano de salvação igual ao da indústria automóvel. Se esta teve 23,4 mil milhões de dólares, a indústria porno pede um viagra, perdão, um apoio estatal de 5 mil milhões para espevitar.
Mas os congressistas deram tampa a Flynt e seus colegas. Ou, talvez, não tenham dado: tendo apoiado a indústria automóvel, apoiaram os bancos traseiros, onde (vejam os filmes juvenis de Hollywood) se passam as mais danadas das brincadeiras.
«DN» de 10 de Janeiro de 2009
Etiquetas: autor convidado, F.F
1 Comments:
Pois, mas quem começou com a história de chamar pacotes aos pacotes económicos para ajuda à crise foram os políticos, lol.
De qualquer forma a indústria pornográfica americana conseguiu o que queria: ter de forma barata a maior publicidade possível!
E nós continuamos a ajudar :-)
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