9.2.09

Estilo

Por Joaquim Letria
DIZ-ME O QUE ROUBAS, dir-te-ei quem és. Não é difícil distinguir a qualidade dos assaltantes abandonados à sorte de ficarem com as migalhas dos grandes meliantes institucionais. Há alguns com um grande estilo.
Ainda há pouco, dois estrangeiros foram detidos, e mais três conseguiram escapar, quando se habilitavam a assaltar uma perfumaria. Não é qualquer um que opta pelo Channel nº5, ou prefere um Van Cleef & Arpels, ou arrecada um broche numa ourivesaria...
Note-se que além do risco do assalto, há a ter em atenção o bom gosto, a elegância do produto, o seu valor comercial, o perfil da vítima e a correcção das maneiras com que o assaltante se apropria do alheio.
Roubar, hoje, é uma actividade muito mais complexa e trabalhosa – e infinitamente menos rendosa - do que fazer negócios da tanga, comprar acções da Moorr & Nhanha, desfalcar bancos ou vender licenças e alvarás proibidos. Podem crer!
«24 Horas» de 9 de Fevereiro de 2009

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