29.4.09

O situacionista

Por Joaquim Letria
HOJE, SER SITUACIONISTA é muito mais cómodo e fácil do que no “ancient regime”. Nem tem comparação. Começa logo pela farda da legião, pelas polainas e pelas botas altas. Hoje, pode ser-se situacionista Armani, Versace ou Calvin Klein, sem ter de andar fardado, a menos que se seja dos bombeiros ou da protecção civil.
Já não é obrigatório residir num bairro social, pode-se usar o carro distribuído, dar piparotes no cartão de crédito da empresa no fim do almoço, falar horas do telemóvel de serviço. Hoje, ser situacionista deve dar gosto. Antigamente, era uma trabalheira.
Contem quantos situacionistas vivem uns com os outros (ou dão a mesma morada) à volta de Lisboa para receberem ajudas de custo e outras alcavalas por se deslocarem para os locais de trabalho em concelhos limítrofes. Há deslocalizações, em Portugal, que valem a pena. Ser-se situacionista, aqui, rende e é uma garantia que não há crise que lhes entre. Sempre foi e continua a ser assim.
«24 Horas» de 29 de Abril de 2009

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1 Comments:

Blogger Alexandre said...

Os situacionistas só o são porque lhes dão oportunidades para tal. É lógico que alguns que as criam o fazem propositadamente...

30 de abril de 2009 às 15:49  

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