3.4.09

Pressões

Por João Paulo Guerra

Ninguém acredita em pressões. Mas lá que há, há. O Procurador-Geral da República não acredita em pressões.
MAS, PELO SIM, PELO NÃO, mandou investigar e ele próprio ouviu os magistrados que se queixam de sofrer pressões. Resultado: os magistrados confirmaram, perante o PGR, aquilo que o PGR negara, a existência de pressões. Não se trata de algo em abstracto. Os procuradores titulares do inquérito Freeport confirmaram, perante o Procurador-Geral da República, que o presidente do Eurojust, e ex-secretário de Estado da Justiça de um governo PS, também ele procurador-geral-adjunto, os terá pressionado, no sentido do arquivamento do processo Freeport. Entretanto, um jornal de ontem adiantava que o agente das pressões teria agido, junto dos seus pares procuradores, por mais de uma vez e em pelo menos uma das circunstâncias perante outras pessoas, como intermediário por incumbência dos seus outros pares no partido do Governo.
Dizia um dia destes a procuradora Maria José Morgado, e dizia bem, que magistrados corajosos não se deixam pressionar. Acontece que a coragem dos magistrados do caso Freeport para denunciar as pressões tem sido difícil de exercer. O PS desafiou-os, juntando-os implicitamente à lista da "campanha negra", o chefe de Estado ainda não teve agenda para receber os novos dirigentes do Sindicato do Ministério Público, que revelaram previamente ter para denunciar um caso "grave". A ‘inteligenzia' situacionista não considera a questão merecedora de interesse de maior para tema de escritos e debates. Cada um fica pelas superficialidades dos respectivos pontos prévios de vista.
O Freeport pode ser um caso vazio. Mas as pressões para o arquivar passam a ser um caso muito sério.
«DE» de 3 de Abril de 2009

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2 Comments:

Blogger Florêncio Cardoso said...

O citado «presidente do Eurojust, e ex-secretário de Estado da Justiça de um governo PS» exerceu essse cargo precisamente quando Sócrates era ministro do Ambiente. E esteve também "envolvido" no aviso que Fátima Felgueiras recebeu a tempo, e que a levou a fugir para o Brasil.

3 de abril de 2009 às 16:45  
Blogger Manuel Brás said...

I Parte

Quem não é corajoso
não é pressionável,
neste jardim andrajoso
a verborreia é impressionável!

Somos um povo brilhante
repleto de mentes visionárias,
qualquer caso humilhante
desencadeia frases ordinárias!

O mexilhão assediado
embora tenha coragem,
sente-se humilhado
com tão douta voragem!

II Parte

De pressão em pressão
a caldeirada é cozinhada,
esta imoral repressão
deixa a democracia definhada!

Esta caldeirada esturricada
com peixe tão malcheiroso,
tamanha é a “barracada”
com material tão piroso!

O mexilhão cozinheiro
de boa comida é apreciador,
sente o bolso sem dinheiro
agudizando a sua dor!

3 de abril de 2009 às 21:44  

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