15.4.09

Um 'post' triplo e um passatempo duplo

SUCEDE, por vezes, que vários contribuidores (ou autores-convidados) do Sorumbático abordam o mesmo tema no mesmo dia. Foi o que sucedeu ontem a propósito do dressing code, pelo que se decidiu fazer uma espécie de post triplo, onde se agruparam as opiniões de Helena Roseta, Joaquim Letria e João Paulo Guerra [v. aqui], aproveitando-se a ocasião para um passatempo duplo:
Para começar, será premiado o melhor comentário que, até às 20h de sábado, dia 18, venha a ser feito a propósito do tema. O prémio será um exemplar do Almanaque Bertrand - publicação de onde foi extraída a imagem que aqui se vê -, oferecido pela Livraria Santiago. Como já vai sendo habitual, serão aceites respostas por e-mail (enviadas, até 30m antes da hora-limite, para sorumbatico@iol.pt) desde que os remetentes se identifiquem devidamente.
Depois de terminado esse passatempo, haverá um outro, em moldes a definir.
Actualização (18 Abr 09/20h29m): dado que só houve dois comentários (reencaminhados para H.Roseta, J.P.Guerra e J.Letria), mas ambos bons, foi decidido premiar ambos os autores. Quanto ao 2.º passatempo, fica, para já, suspenso.

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5 Comments:

Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Aqui deixo algumas achegas para a discussão:

1 - Eu posso ir, em fato-de-treino, jantar a casa de um amigo. Mas não farei o mesmo se for a casa de alguém com quem não tenha a mesma confiança.

2 - O que é que se pensaria de um angariador de seguros (ou da ZON...) que andasse de porta em porta arrastando chinelos?
-
Por analogia:
Na referida Loja do Cidadão, as pessoas que estão a atender o público estão a lidar com clientes.
Assim, quer aí, quer em qualquer outro lugar do planeta, deverão ser tidas em conta as regras (escritas ou não) adequadas a essa situação fornecedor-cliente.

3 - «Nem 8 nem 80».

4 - Trata-se de uma questão de bom-senso, qualidade que, segundo Descartes, é a coisa mais bem distribuída do mundo, pois toda a gente acha que tem o suficiente.

5- Porque é que o 'dressing code' para a Loja do Cidadão de Faro (que foi o que despoletou a polémica) é só para mulheres?

15 de abril de 2009 às 13:06  
Blogger Carlos Antunes said...

Bem, começo, então.

Habituei-me com o meu pai a vê-lo sair todos os dias de fato completo e gravata.
Ele trabalha apenas no departamento de informático de um banco, mas convencionou-se - de forma não escrita - que todos os que por lá cruzam os corredores se devem apresentar nesse "dressing code".
Mesmo em tempos de 40ºC "à sombra", lá deixava ele um casaco e uma gravata a postos na sua secretária para completar a indumentária quando lá chegasse, mas simultaneamente poder circular nos transportes públicos em mangas de camisa.

Até hoje, em quase todos os locais de trabalho menos prático, continua a existir esse dressing code silencioso.
As mulheres, mais espertas, mais afoitas e mais sortudas, conseguiram contornar esse obstáculo.
Provavelmente porque ele vem do tempo em que elas eram minoritárias nos mesmos locais de trabalho.
Mas também porque elas têm mais opções.
Até que ponto, na verdade, pode o fato ser alterado? A necessidade de gravata obriga a ter camisa, por exemplo.

Para as mulheres, a vontade de variar o seu aspecto, de estarem na moda (os homens também, mas sempre mais limitados) e de se adaptarem às convenções mais apelativas e casuais, foi fazendo com que o espectro do aceitável no seu dress code fosse-se alargando substancialmente.
Afinal de contas, como já me disseram, "a ganga é o novo chic".
Se a mulher surgir aplicando (e peço desculpa pelo que será uma tentativa falhada de expressar a moda feminina correctamente) com um top, um blazer e umas calças de ganga estará no campo do apresentável-casual. É mulher, compreende-se que se adapte às modernas tendências, estando confortável sem deixar de estar elegante.
Mas se um homem surgir de calças de ganga, blazer e camisa sem gravata, provavelmente é "um miúdo", visto como acabado de licenciar, imaturo. Ou então é um Playboy com muito dinheiro e pouca necessidade de trabalhar.

Como em quase todas as discussões, acho que há muito de mentalidade a agitar as rédeas do que é uma discussão que, ao fim e ao cabo, tem as suas razões e os seus erros, que com moderação e bom senso se poderá tornar válida e melhorar.
Esta aplicação de um dressing code não é ilógica, nem me parece exagerada. Possivelmente até vem no seguimento de algumas queixas ou observações práticas.
Se só é dirigido às mulheres é porque, possivelmente, ainda nenhum dos homens que lá trabalham surgiu de bermudas e t-shirt, mas certamente que se surgirem o dress code lhes vai passar a ser dirigido também.
O texto não é de modo nenhum repressor, sendo o único ponto verdadeiramente problemático a ganga, que já é tão comum nos dias de hoje.
O resto do texto é subjectivo mas de senso comum.
O declínio do civismo é que não deixa que as pessoas compreendam isso mesmo.

Mas, no fundo, acho até que este dress code poderá ser um promotor da relação trabalhador-utente.
No final do atendimento deverão entregar ao utente um questionário:
- Acha a minha saia demasiado curta?
- Acha o meu decote exagerado?
- Acha o meu perfume agressivo?
Assim o utente poderá olhar ostensivamente para as pernas e para as mamas da trabalhadora que o atendeu e ainda cheirar-lhe a pele, sem pudores mas antes fazendo um bom serviço ao desenvolvimento do dress code local.
Querem melhor?

17 de abril de 2009 às 11:44  
Blogger MTeresa said...

Este comentário foi removido pelo autor.

18 de abril de 2009 às 16:58  
Blogger MTeresa said...

Na minha opinião, vestir de acordo com as circunstâncias e lugares onde nos encontramos é uma questão de bom senso, respeito e educação!
Já trabalhei numa empresa onde não havia "dressing code" escrito, mas havia uma espécie de acordo tácito em que os cavalheiros iam de fato e gravata e as senhoras, podendo seguir as tendências da moda é claro, não ousavam aparecer com saias acima do joelho, decotes grandes ou bijutaria de tamanho exagerado. De 2ª a 5ª feira ninguém ousava aparecer na empresa de "jeans" e de ténis, nem mesmo os "miúdos" da informática. À 6ª feira, e após autorização da administração, passámos a ter o "casual day" mas.... há sempre um mas... nada de ténis, nem de calças rotas!! Podíamos levar "jeans", sapatos desportivos, umas "t-shirts"/camisas.... enfim termos um "look" mais descontraído, mas sem que se tornasse abandalhado!!
Tenho amigos que trabalham em agências de publicidade e que em pleno Verão vão trabalhar de calções e chinelos de enfiar no dedo..... pois assim ficam mais à vontade para deixar a criatividade fluir!!
Aqui estão dois exemplos de "dressing code" no local de trabalho e ambos estão adequados ao ambiente vivido nesses locais!
Mudando de ambiente e em tom de brincadeira..... aqui no local onde vivo parece haver também um "dressing code" para os senhores e as senhoras passearem os cãezinhos logo pela manhã (de Verão, que o Inverno algarvio também é frio): ou os vemos de calça de pijama e "t-shirt" ou então de robe consoante o sexo do dono do bicharoco.... ah! estava-me a esquecer do chinelinho para rematar a indumentária matutina!!!...
Como disse logo no início, a maneira como nos vestimos é tudo uma questão de bom senso, respeito e educação!

18 de abril de 2009 às 17:17  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Mais umas "achegas":

Como se sabe, em certas empresas (nomeadamente nas "tecnológicas"), o vestuário informal é permitido (ou até mesmo encorajado).
Mas alguém imagina que um vendedor da Google, p. ex. (que é um caso desses) vá visitar um cliente vestido da mesma forma com que está na empresa?
Claro que não.

Reforço, pois, a ideia de que um funcionário que está a atender o público (na Loja do Cidadão de Faro ou noutro lado qualquer) está face a um cliente. E mal vão as coisas quando (como, infelizmente, sucede demasiadas vezes) ele não se apercebe dessa sua posição de "fornecedor".
--

Já agora:
Durante 30 anos trabalhei na Efacec, onde nunca fui pressionado para qualquer 'dressing code', e muitas vezes andei em mangas de camisa e até de jeans. Raramente pus gravata.

No entanto, quando era preciso ter reuniões com clientes (ou ir almoçar com eles), adaptava a roupa à circunstância - "evidentemente", apetece juntar.

18 de abril de 2009 às 18:21  

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