Questões de fé
Por C. Barroco Esperança
NUNCA PERCEBI BEM onde acaba a feitiçaria e começa a religião. A primeira é uma crença de sociedades mais primitivas e a segunda o feitiço de outras mais desenvolvidas.
Os feiticeiros entram em transe, fazem sinais cabalísticos, receitam mesinhas e lançam maus-olhados. Os clérigos rezam, praticam rituais e repartem bênçãos e excomunhões. Uns e outros vivem de cerimoniais e poções a que atribuem poderes mágicos.
Ignoro a diferença entre o corno do rinoceronte e o pão ázimo, para fins curativos, pois desconheço o mecanismo de acção de ambos, mas sei que o primeiro se destina, reduzido a pó, a aumentar a virilidade e o segundo, servido em rodelas, a fortalecer a virtude e a fé. (...)
Texto integral [aqui]Etiquetas: CBE
1 Comments:
Já agora:
As religiões não sobrevivem sem rituais, mais ou menos simbólicos - ou absurdos, aos olhos de quem não comunga delas.
Aliás, passados os primeiros anos de existência de uma religião, os seus seguidores passam, inclusivamente, a dar mais importância a esses rituais do que à essência da doutrina.
Acerca disso, Eça disse tudo, pela pena de Fradique Mendes, na «Carta a Guerra Junqueiro», que se pode ler, na íntegra, [aqui]
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