17.6.09

Boa sorte, Scolari

Por Joaquim Letria

O NOSSO QUERIDO Luís Filipe Scolari vai encher a Ásia Central de bandeiras do Uzbekistão e espalhar esta rica nação de nómadas e conquistadores pelo mundo fora, dando ao concerto das nações uma nova chama patriótica acesa no petróleo. Putin e Medvedev que se cuidem…

Chelsea era um bairro demasiado “poche” para o sargentão. Os “blues” exigiam outro “savoire faire” e o futebol inglês não dá para gaúcho disfarçar. Eis, pois, o nosso saudoso seleccionador encoberto na aprazível rota da seda. Se der, dá. Se não der, paciência. As rescisões quase são mais apetecíveis do que o trabalho de ter vitórias todas as semanas. E depois, que mal faz à figura vir embora do Uzbekistão? Olhem se alguém se queixa do Artur Jorge ser despedido!

De qualquer modo, aqui vai um conselho ao Filipão: Visite e estude Bukhara e Khiva. Sente-se numa daquelas praças, beba um chá, ponha os olhos em alguém e siga-lhe os movimentos. Observe-os e descubra as diferenças entre aquilo tudo e Porto Alegre.

Depois de os perceber, vai ser mais fácil entendê-los na vitória e na derrota. E não se esqueça nunca que está à sombra da gloriosa arquitectura islâmica de Samarkanda! Lembre-se disso, quando pedir à Senhora do Caravaggio que o proteja. E tenha muito boa sorte!

«24 Horas» de 17 de Junho de 2009

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