Leituras
Por João Paulo Guerra
EM PORTUGAL faz-se mesmo gala em não ler. E os bem-intencionados planos nacionais de leitura são encarados como esquisitices para calar minorias extravagantes.
A classe política, com um acesso avassalador aos meios de comunicação, todos os dias vende os seus produtos: computadores, planos de poupança, saúde privada, pontes e viadutos, votos. Alguém se lembra de um político que tenha aproveitado um tempo de antena para promover a leitura ou simplesmente um livro? Como, se o país é governado por uma casta de tecnocratas que só lê relatórios, como observou em tempos, e bem, Mário Soares? Por exemplo: já toda a gente sabe que o escritor José Saramago apoia António Costa para a Câmara de Lisboa. Mas alguém sabe que livros lêem esse e outros candidatos? E Santana Lopes já terá acabado a leitura de Machado de Assis ou estará à espera que o escritor apareça num evento da sua campanha?
Numa época de feroz concorrência audiovisual, o livro corre o risco de cair em desuso. A desgraça maior é que o audiovisual jamais substituirá o livro, como fonte de saber e de prazer. Mais ainda quando o audiovisual está em grande parte reduzido a mero negócio de entretenimento ligeiro.
Os jovens lêem hoje legendas carregadas de erros e ouvem um português macarrónico palrado por apresentadores nivelados por baixo numa tabela de atraso mental. Como se não bastasse, os programas de ensino dão uma imensa ajuda ao desastre iminente fazendo da leitura um calvário.
Os jovens portugueses dobraram as negativas a Português. Não admira. A sociedade portuguesa chumbou em leituras.
Os exames de Língua Portuguesa tomam como ponto de partida a análise de uma peça de literatura, no país onde os livros são dos objectos mais desprezados.
EM PORTUGAL faz-se mesmo gala em não ler. E os bem-intencionados planos nacionais de leitura são encarados como esquisitices para calar minorias extravagantes.
A classe política, com um acesso avassalador aos meios de comunicação, todos os dias vende os seus produtos: computadores, planos de poupança, saúde privada, pontes e viadutos, votos. Alguém se lembra de um político que tenha aproveitado um tempo de antena para promover a leitura ou simplesmente um livro? Como, se o país é governado por uma casta de tecnocratas que só lê relatórios, como observou em tempos, e bem, Mário Soares? Por exemplo: já toda a gente sabe que o escritor José Saramago apoia António Costa para a Câmara de Lisboa. Mas alguém sabe que livros lêem esse e outros candidatos? E Santana Lopes já terá acabado a leitura de Machado de Assis ou estará à espera que o escritor apareça num evento da sua campanha?
Numa época de feroz concorrência audiovisual, o livro corre o risco de cair em desuso. A desgraça maior é que o audiovisual jamais substituirá o livro, como fonte de saber e de prazer. Mais ainda quando o audiovisual está em grande parte reduzido a mero negócio de entretenimento ligeiro.
Os jovens lêem hoje legendas carregadas de erros e ouvem um português macarrónico palrado por apresentadores nivelados por baixo numa tabela de atraso mental. Como se não bastasse, os programas de ensino dão uma imensa ajuda ao desastre iminente fazendo da leitura um calvário.
Os jovens portugueses dobraram as negativas a Português. Não admira. A sociedade portuguesa chumbou em leituras.
«DE» de 15 de Julho de 2009
Etiquetas: autor convidado, JPG
1 Comments:
Suponho que terá que ressalvar o Marcelo rebelo de Sousa
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