14.10.09

O azar de Polanski

Por Joaquim Letria

POLANSKI, O CÉLEBRE REALIZADOR de cinema preso em Zurique à ordem dum mandado de extradição americano, tem azar. Acusado de relações sexuais com uma menina de 13 anos, há 32 anos, negociou com a Promotoria de Justiça um acordo, pagou e acabou por ter de fugir para a Europa, alvo da má-fé dum juiz.

Quando a menina atingiu a maioridade, Polanski pagou à mãe – apontada como quem meteu a filha debaixo do cineasta - o estabelecido num acordo extra-judicial para retirar a queixa, o que foi feito. Agora, outro juiz americano entende que o caso de Polanski com a justiça americana está ainda por resolver.

Os magistrados americanos disseram que só agora souberam do paradeiro de Polanski, que todo o mundo sabe que há três décadas reside em Gdtaad, paraíso dos verdadeiros ricos e famosos. Os suíços prenderam-no porque os americanos lhes pediram.

Alguém a fazer carreira na magistratura ou na política americana? Moda excessiva da pedofilia? Parte dos acordos entre Berna e Washington? Polanski, cidadão francês, alguém quer prejudicar as relações com Paris? Ou é pôr sal na ferida de Varsóvia, terra natal de Polanski?

Gosto muito de Polanski e da sua obra. Mas adoraria vê-lo perante um tribunal americano, sem papas na língua, a restabelecer a sua velha relação com aquele país de que tanto gosta.

«24 horas» de 14 de Outubro de 2009

Etiquetas:

1 Comments:

Blogger Táxi Pluvioso said...

Os americanos não pediram, ordenaram. O presidente Báráque foi eleito para mostrar quem manda no mundo, já que havia muito má vontade (só aparente) contra Bush. E, se os povos querem o seu sistema financeiro restabelecido, têm de fazer como os europeus. Os suíços ainda pior, pois viviam dos bancos, e os americanos encostaram o UBS.

15 de outubro de 2009 às 08:01  

Enviar um comentário

<< Home