7.2.10

Deslocalização da ETA para cá

Por Ferreira Fernandes

NO VERÃO DE 1997, depois do assassínio de Miguel Ángel Blanco pela ETA, fui sucinto na capa da revista Visão, onde trabalhava. "Hijos de puta", era o título.
Isso foi há treze anos, ainda a ETA andava só pelo País Basco e restante (lá estou eu a pedi-las) território espanhol, e só a França era o seu lugar de retiro. Este ano, com a prisão daquele casal em Torre de Moncorvo e, agora, a vivenda de Óbidos, confirma-se que a ETA deslocalizou-se para cá.
Para mim é tarde, até porque aquele título não é a única prova da minha opinião sobre o assunto. Mas seria de temer que quem sempre usou pinças para falar da ETA ficasse sem um certo produto, não fossem inesgotáveis os stocks dele. Falo, claro, do adjectivo "alegado". O tal: a polícia portuguesa encontrou um alegado esconderijo da ETA, depois de ter interceptado dois alegados terroristas da organização alegadamente terrorista - atenção: dizendo organização nacionalista, poupa-se no alegado (aliás, aqui é até prudente que se poupe). Na vivenda de Óbidos encontraram-se 500 quilos de alegado material explosivo, alegadas bombas-lapa, alegadas matrículas falsas e alegadas roupas de trabalho.
Como disse, para mim é tarde. Para mim, neles, o único alegado que aceito é o das roupas de trabalho.
«DN» de 6 Fev 10

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1 Comments:

Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

De facto, hoje mesmo um jornal refere que foram encontrados mais não-sei-quantos-quilos de explosivos na tal residência dos ALEGADOS elementos da ETA, ALEGADAMENTE terroristas, etc...

7 de fevereiro de 2010 às 18:17  

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