Plágios, cópias e outras fraudes
Por Nuno Crato
CHEGAM-NOS periodicamente notícias sobre fraudes académicas. Fala-se um pouco de perguntas sopradas nos exames — mas quase como se esse comportamento fosse natural —, dá-se alguma importância a trabalhos demasiado inspirados noutros e levanta-se um escândalo quando aparecem teses de doutoramento completamente copiadas, como ainda há pouco se noticiou.
Há uma lógica em tudo isto, ou melhor, há culpas distribuídas a que os docentes e o sistema de ensino não são imunes. Culturalmente, somos propensos a desculpar pequenas fraudes, como as cópias nos testes, que aparecem justificadas pela solidariedade entre colegas. (...)
Texto integral [aqui]
CHEGAM-NOS periodicamente notícias sobre fraudes académicas. Fala-se um pouco de perguntas sopradas nos exames — mas quase como se esse comportamento fosse natural —, dá-se alguma importância a trabalhos demasiado inspirados noutros e levanta-se um escândalo quando aparecem teses de doutoramento completamente copiadas, como ainda há pouco se noticiou.
Há uma lógica em tudo isto, ou melhor, há culpas distribuídas a que os docentes e o sistema de ensino não são imunes. Culturalmente, somos propensos a desculpar pequenas fraudes, como as cópias nos testes, que aparecem justificadas pela solidariedade entre colegas. (...)
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3 Comments:
É tudo uma questão de cultura. Eu tive um professor, que nos dava toda a liberdade durante os testes, mas que não se cansava de nos lembrar:
"copiar num teste ou num exame, é mais grave do que assaltar um banco".
A propósito, naquele tempo, assaltar um banco era um delito muito grave.
Ainda não há muito, cabeças autoclassificadas como bem pensantes e com espírito progressista referiam como defeito do ensino secundário terminal, o facto de os bons alunos fazerem tudo para não deixarem copiar outros nos testes e exames. E referiam isso como um sinal do egoísmo dos tempos que correm...
Também ouvi ou li, julgo não estar enganado, ao cantor Pedro Abrunhosa, que deu aulas de qualquer coisa com a consciência de não ter ensinado nada de jeito, mas gabando-se de ter colocado uma turma inteira a cantar afinada uma peça musical... Na altura interroguei-me sobre se a atitude ética que devia ter tomado não seria a recusa do cargo ou o simples pedido de demissão. Até porque mais tarde vi-o a incitar passantes da ponte sobre o Tejo sem pagar portagem, em acto de rebeldia cívica... Isto para não falar das críticas de cidadania que dirige ao presidente da câmara do Porto...
Ora, quando as figuras de referência usam a ética para os outros ou apenas à sua medida ou quando lhes dá jeito, que esperar da gente comum?...
Quando li o título pensei que iria encontrar algo sobre um "engenheiro" que se formou ao domingo e por fax... afinal é doutras fraudes que se fala.
:(
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