7.6.10

Façam férias nas guerras cá dentro

Por Ferreira Fernandes

NO QUE CHAMOU "um apelo forte e veemente", Cavaco Silva pediu aos portugueses para fazerem "férias cá dentro". Lá fora, em Xangai, o ministro da Economia, Vieira da Silva, disse: "Só espero que os presidentes de outros países não façam o mesmo apelo, caso contrário perdemos uma fonte de receitas importante para o País." E lá se armou uma estrangeirinha. Vamos começar a semana a debater mais um conflito entre Belém e São Bento.
Eu sei que é no embate do sim com o não que damos dialecticamente um passo em frente. Mas não podiam ir fazer embates filosóficos para longe (lá fora de preferência)? (...)

Texto integral [aqui]

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11 Comments:

Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

A reacção de Vieira da Silva é pavloviana e comum a muita gente:

«Se Cavaco diz, é porque é disparate».

Então imagine-se a seguinte cena, simétrica:

O nosso Ministro da Economia apelava aos portugueses para que consumam produtos nacionais.
O PR não gosta do que ouve e, de imediato, comenta:

«Só espero que os Ministros da Economia de outros países não façam o mesmo apelo, caso contrário perdemos uma fonte de receitas importante para o País».

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Mas F.F. tem razão: estando em causa um aspecto vital para a nossa economia, como são as importações (que deverão ser reduzidas - tal como as exportações deverão ser aumentadas), como é que se compreende que Governo e PR, numa altura destas, não falem a uma só voz?!

7 de junho de 2010 às 11:13  
Blogger Ribas said...

Também acho que o ministro da economia devia ter ficado calado.
O tempo que vai até às presidenciais não vai ser fácil para o PR, as suas intervenções públicas vão ser criticadas pelo executivo que nesse particular já não tem nada a perder, principalmente depois de ter engolido a candidatura de Alegre.
Quando o governo não dá ouvidos a Cavaco é o país que perde, já assim foi no tempo de Guterres e ainda hoje pagamos a factura desse completo desgoverno populista.

7 de junho de 2010 às 12:16  
Blogger Catarina said...

Desacreditar, por assim dizer, o que um Presidente da República afirma ou sugere é uma falta de profissionalismo (independentemente do cargo que exerce). Acaba por ser uma palhaçada, uma palhaçada que não leva os portugueses a lugar nenhum. E pensar que Portugal tinha condições, se minimamente bem governado, para ser um país acolhedor, simpático, onde os recursos que existem seriam bem aproveitados para bem de toda a população...

7 de junho de 2010 às 12:30  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

«Compre produtos nacionais» não é só um 'slogan' que se pode ler em muitas lojas - é algo que os povos com mais auto-estima já fazem, sem ser preciso lembrar-lho:

Os alemães compram quase só carros alemães (como os franceses fazem com os deles), etc.

Vir a terreiro, e pressurosamente, atacar Cavaco por dizer o que disse, é uma tontice. A menos que Vieira da Silva esteja a pensar nas férias de Sócrates (que alterna a neve com o Quénia). Mas, se foi isso, paciência...

7 de junho de 2010 às 12:40  
Blogger Florêncio Cardoso said...

«O que é Nacional é bom», «Vá para fora cá dentro», «Compre o que é nosso» são velhos slogans, que devem ser universais.

Assim, a única coisa de que se pode acusar Cavaco Silva é de ter dito um lugar-comum.
Inversamente, pode-se acusar Vieira da Silva de se ter posto "em bicos de pés", perdendo uma boa ocasião para estar calado.
Até porque devia ser ele o primeiro a dizer o que Cavaco disse.

7 de junho de 2010 às 14:02  
Blogger SLGS said...

A resposta do PR à reacção de Vieira da Silva, foi ajustada e atempada, como se espera de um PR atento e activo.
Pena que só agora, quanto a mim muito tarde, o PR se tenha decidido a este tipo de intervenção.

7 de junho de 2010 às 16:35  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Para desincentivar férias em Cancún, notícias como esta é que são eficazes:

«Seis pessoas encontradas mortas e sem coração em Cancún» («SOL-online de hoje»

7 de junho de 2010 às 16:35  
Blogger R. da Cunha said...

Como se diz num comentário acima, o que Cavaco disse não passa de um lugar comum e não é demais incentivar-nos a consumirmos o que é "nosso", desde que com a qualidade mínima, o que nem sempre acontece, até no turismo interno, sendo certo que as coisas já estiveram pior; refiro-me, nomeadamente, ao Algarve onde os nacionais gastam razoavelmente e têm uma atenção marginal em relação aos estrangeiros, muitos dos quais gastam bem menos.
O que o ministro deveria ter dito, se perguntado, como parece que foi, é que subscrevia, acrescentado em voz baixa: "mas não digam aos presidentes dos outros países".

7 de junho de 2010 às 18:20  
Blogger Catarina said...

Na República Dominicana podemos ter umas férias encantadoras, num hotel de 5 estrelas e a um preço muito convidativo; nas Bahamas, também, embora a nossa bolsa fique um pouco mais leve! Cancún já é considerado foleiro e, para além disso, perigoso. Agora férias, férias propriamente ditas, não há nada como o nosso lindo Portugal! Praias com rochedos, acolhedoras, areais imensos e de mar suave (nem sempre!) onde o sol não faz tantos estragos, uma gastronomia variada e deliciosa, de contentar um deus grego; turismo rural, nós e a natureza; contacto directo com a população local, divertida, exuberante, tolerantes e de uma simpatia inigualável; a beleza do norte, verdejante, inebriante, horizontes a perder de vista e uma gastronomia igualmente rica. Portugal – o lugar ideal para férias – românticas ou familiares! Este ano... prefira Portugal para gozar as suas férias!

8 de junho de 2010 às 00:55  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

O melhor propagandista que eu conheço do «Passe férias em Portugal» é o Prof. José Hermano Saraiva.

Os seus programas de 1998-99 estão a passar agora na RTP-Memória e são uma maravilha.

8 de junho de 2010 às 09:28  
Blogger Catarina said...

Estou a ver, Carlos, que não apreciou a minha “propaganda”! : (

8 de junho de 2010 às 11:33  

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