5.6.10

Analfabetos, sim, mas "de referência"!

Sol - 4 Jun 10
Público - 4 Fev 08
Metro - 4 Jun 07
ONTEM, na SIC-N, a Senhora Ministra de Educação reconheceu que nos exames aparecem perguntas escandalosamente simples (como «quanto é 5+7?» ou «quanto é 8 a dividir por 4?» - num exame do 6.º ano, e com máquina de calcular disponível!) mas informou-nos, com o seu melhor sorriso, que isso é propositado, para detectar se ainda há alunos que chegam a esse patamar sem saber essas coisas.
Mas não precisa de fazer exames para descobrir isso, minha senhora! Basta olhar para os jornais (e alguns "de referência", meu Deus!») e - pior ainda - para alguns organismos dependentes do seu Governo, como aqui se documenta.

Além disso, quando as questões são demasiado simples, as pessoas ficam a pensar se não haverá 'alguma coisa por detrás'. Por exemplo: a pergunta "quanto é metade de 8?" tem mais duas respostas, além do 4: 'dividido ao alto dá 3', e 'ao atravessado dá 0'.

9 Comments:

Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Conta-se que um dia, na escola, já todos os meninos tinham dado a resposta a uma determinada pergunta, e ainda o jovem Albert Einstein estava a pensar...

A professora interpelou-o, e ele respondeu:

«A resposta já eu sei há muito tempo. O que sucede é que mais algumas abordagens do problema, e é nessas que estou a pensar»

5 de junho de 2010 às 13:22  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Repare-se que estas enormidades das «reduções superiores a 100%» têm origem em organismos públicos.

Os analfabetos dos jornais limitaram-se a papaguear acriticamente as bacoradas debitadas por outros analfabetos...

(A do 'Diário Digital' ainda se pode ler, pois o link ainda está activo)

5 de junho de 2010 às 13:27  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

A notícia do «Público» ainda nos dá, de brinde, que «o número diminuem»...

5 de junho de 2010 às 14:15  
Blogger José Batista said...

Um bom (?) exercício poderia consistir na análise dos normativos e informações chegadas às escolas, provenientes das hierarquias do ministério da educação. Alguém classificou essa linguagem com o epíteto de "eduquês-magalhês-moreirês. Francisco José Viegas usou uma outra variante que agora me escapa.

5 de junho de 2010 às 14:36  
Blogger Fernando Évora said...

Imagine-se este "eduquês" a chegar ao comércio. Vai ser um período de ouro: "Hoje, fazemos um desconto de 120%". Ah... por essa altura passo a ser "consumidor" de profissão, sempre à procura dos melhores descontos.

5 de junho de 2010 às 18:10  
Blogger R. da Cunha said...

Tudo isto é um espanto para quem não lê jornais, que não é, obviamente, o caso de CMR. Por mim, diria que não há um dia em que não detecte, nos jornais que leio, bacoradas de se ficar com os cabelos em pé. Mas, a partir de agora as coisas vão mudar: parece que os alunos que chumbarem no 8.º ano vão poder fazer exames do 9.º. Depois, vão para fiscais das obras da câmara... Se até ouvi há dias a senhora ministra da Educação dizer "acórdos". Deve ser do contágio, como escrevi algures.

5 de junho de 2010 às 18:34  
Blogger Sepúlveda said...

Já não sei onde li e que não é exactamente o que aqui se refere mas... antes as mentes mais inteligentes iam para ciências e as menos iam para letras. Depois letras passou a ser direito. E depois aqueles que nem para direito serviam seguiram jornalismo. Obviamente, isto é muito generalista mas é certo que há quem encaixe nesta descrição. Espero que sejam poucos.

Como é que se pode comentar ou escrever acerca de questões que envolvam a mínima matemática se não se souber o mínimo de matemática?
E depois os incautos leitores facilmente poderão papaguear também aquilo que lêem no jornal e qualquer informação imaginária pode tornar-se realidade do senso comum.

5 de junho de 2010 às 20:17  
Blogger Catarina said...

A leitura sempre foi um veículo importante para a aprendizagem. Foi fiável até uma determinada altura. Para quem apenas lê jornais não melhorará as suas competências de escrita e, muitas vezes, fica mal informado porque as notícias estão deturpadas. O sensacionalismo que reveste os artigos e a falta de qualidade no conteúdo deixa muito a desejar, realmente. O ensino deve ser um processo dinâmico, de aperfeiçoamento de habilidades e competências; pelo que parece, os jornalistas e revisores não tiveram acesso a esse tipo de ensino.

5 de junho de 2010 às 22:19  
Blogger GMaciel said...

Alguém me explica como é que uma má escritora e mediana professora chega a ministra da educação?

Mas aí talvez devesse perguntar como é que um tipo que se diz engenheiro e que faz umas falcatruas com um amigo do peito para o poder dizer, chega a primeiro-ministro?!

É preciso ser-se engenheiro para se ser primeiro-ministro, como me perguntam algumas alminhas? Não, mas é preciso honestidade, respondo eu.

6 de junho de 2010 às 16:26  

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