9.6.10

A violência encoberta

Por Baptista-Bastos

VIVEMOS, HÁ SEMANAS, numa espécie de fervor que, simultaneamente, nos regozija e entorpece. Veio o Papa e enchemos os dias de graciosas solenidades. (...) As televisões, muito pias, aborreceram-nos e fatigaram-nos tanto que nos deixaram depauperados. Horas e horas, dias e dias sem misericórdia nem compaixão. As narrativas dos locutores atingiram o grau máximo da repulsa. Um panegírico absurdo, acrítico, que produziu a tese exemplar de como se não deve fazer televisão.

O festim não parou. Foi a vitória do Benfica; foi a assinatura do contrato entre José Mourinho e o Real Madrid; foram as primícias do Mundial. Tudo minuciosamente filmado, em directo, pelos canais existentes, reconcentrados e vastos, impulsionados pelos magnos acontecimentos. Horas a fio, arbitrárias e agressivas pela imposição sem tréguas, assustadoras pelo que representavam de mau jornalismo, de desrespeito pelo povoléu, cujos gostos julgam lisonjear. (...)

Texto integral [aqui]

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4 Comments:

Blogger P Amorim said...

Temos que nos fechar, ler o que nos apetece e não o que nos impõem. Há um pequeno erro, os canais existentes são muitos: eu não vi nada disso.
Cumprimentos.

9 de junho de 2010 às 12:31  
Blogger GMaciel said...

Indubitavelmente, voltámos ao "fado, fátima e futebol - agora com vuvuzela para ajudar a acabar com o resto dos neurónios.

Mas faço minhas as palavras de P. Amorim, há muitos canais portanto não acompanhei nem acompanho essas balelas.

9 de junho de 2010 às 16:52  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

«Os canais são muitos», mas há quem tenha só os 4.

Quando a selecção partiu, os canais que estavam a dar a cena eram:

A RTP-1, a SIC, a TVI, a SIC-N e a RTP-África(pelo menos).

9 de junho de 2010 às 17:07  
Blogger GMaciel said...

É bem verdade o que diz, CMR, mas também será verdade que esses constituem o auditório para quem este tipo de eventos são televisionados até à exaustão.

9 de junho de 2010 às 19:13  

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