16.12.10

Eis o que escrevi a quente ainda ontem

Por Pedro Barroso

ACABAVA de te enviar um email, meu amigo, quando entrei no Facebook. E descubro que morreste.
Assim de repente, com tudo a acontecer.
Quantos dias e quantas noites bonitas vivemos. Como irmãos, cúmplices e companheiros desta guerra imensa da cultura.
Foste um cavaleiro, Carlos. Um homem que estabeleceu pontes entre esquerda e direita; em nome do sonho e da cultura; sempre.
Agora que tudo estava a relançar-se bem e entusiasmante, o corpo disse não. Ainda não acredito.
Como ter coragem de apagar o teu tm? Como vamos deixar de trocar as brejeirices de eternos epicuros sem maldade? Onde encontrar ouvidos para te enviar as piadas que eu supunha mais inteligentes? Como vamos assim, outra vez, por essa estrada fora?

Merda, Carlos!
Juro. Fazes-me falta!
Fazes-nos tanta falta a todos nós! Já somos tão poucos a pugnar pelo tal país maior...

O último abraço
deste teu grande amigo
Pedro

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