Eleições?
Por João Paulo Guerra
JARDIM fala em “descalabro”, Lacão em “filme de terror”. Passos diz que “acabou”, Portas condiz que “é o fim”. Silva Pereira diz que anda por aí “uma ameaça”.
"Não acham isto estranho?", pergunta Santos Silva. O Bloco de Esquerda diz que as escolhas dos portugueses se situam "entre o pântano e o dilúvio". Pergunta Capoulas: "Com que cara aparece o primeiro-ministro em Bruxelas?". Cavaco não se pronuncia.
Anda quase toda a classe política em estado de palraria, porque falar muito é uma das mais eficazes maneiras de não dizer nada ou, pelo menos, de cada um não dizer o que lhe vai na alma, independentemente das bravatas que deita cá para fora. O diálogo é neste registo:
- Eleições?
- Não. Eleições.
- Ah! Pensei que tinha falado em eleições.
Em consequência começa a dar-se a volta ao texto. Porque torna, e porque deixa, e mais a estabilidade e a ruptura financeira, porque sim, e porque não, e mais o sentido de Estado. A questão é que não há nenhuma previsão segura para o resultado de eleições. E o povo tanto pode transformar o descontentamento em votos, como apiedar-se da vítima dos gananciosos pelo poder. Aliás, a realização de eleições pode mesmo resultar numa embrulhada sem saída resultante de qualquer vitória em minoria - mesmo a do PSD condenado ao preço altíssimo da dependência do "partido-canguru".
E é neste cenário que todos se voltam para Belém. Entre ontem e hoje, os actores principais da crise passam pelo confessionário e esperam pela penitência. E a estas horas o PS já deve estar a bater com a mão no peito pelas críticas virulentas que fez ao discurso da quarta-feira de cinzas. Mas todos se recordam das referências à "estabilidade" e ao "alargado consenso político". Calhando, acaba tudo em bloco.
«DE» de 18 Mar 11JARDIM fala em “descalabro”, Lacão em “filme de terror”. Passos diz que “acabou”, Portas condiz que “é o fim”. Silva Pereira diz que anda por aí “uma ameaça”.
"Não acham isto estranho?", pergunta Santos Silva. O Bloco de Esquerda diz que as escolhas dos portugueses se situam "entre o pântano e o dilúvio". Pergunta Capoulas: "Com que cara aparece o primeiro-ministro em Bruxelas?". Cavaco não se pronuncia.
Anda quase toda a classe política em estado de palraria, porque falar muito é uma das mais eficazes maneiras de não dizer nada ou, pelo menos, de cada um não dizer o que lhe vai na alma, independentemente das bravatas que deita cá para fora. O diálogo é neste registo:
- Eleições?
- Não. Eleições.
- Ah! Pensei que tinha falado em eleições.
Em consequência começa a dar-se a volta ao texto. Porque torna, e porque deixa, e mais a estabilidade e a ruptura financeira, porque sim, e porque não, e mais o sentido de Estado. A questão é que não há nenhuma previsão segura para o resultado de eleições. E o povo tanto pode transformar o descontentamento em votos, como apiedar-se da vítima dos gananciosos pelo poder. Aliás, a realização de eleições pode mesmo resultar numa embrulhada sem saída resultante de qualquer vitória em minoria - mesmo a do PSD condenado ao preço altíssimo da dependência do "partido-canguru".
E é neste cenário que todos se voltam para Belém. Entre ontem e hoje, os actores principais da crise passam pelo confessionário e esperam pela penitência. E a estas horas o PS já deve estar a bater com a mão no peito pelas críticas virulentas que fez ao discurso da quarta-feira de cinzas. Mas todos se recordam das referências à "estabilidade" e ao "alargado consenso político". Calhando, acaba tudo em bloco.
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