Exemplo
Por João Paulo Guerra
HÁ UM PAÍS da Europa cujo Governo conservador, perante a crise financeira e a recessão económica decorrente das medidas de austeridade, nacionalizou a banca e mandou chamar o FMI que entrou de imediato com um generosa injecção de dois mil milhões de dólares. Acontece que o povo, que sabe fazer contas e está habituado a ver à distância, não gostou da receita. E, vai daí, saiu à rua e não descansou enquanto não provocou a queda do Governo e a realização de eleições antecipadas, que mudaram a feição política do Executivo, para uma coligação de social-democratas e de ecologistas. Nota: social-democratas e de ecologistas mesmo.
De seguida, a soberania do povo desse país europeu, respondendo a uma referendo, recusou-se pura e simplesmente a pagar as dívidas da banca e avançou mesmo com a iniciativa de responsabilizar criminalmente os banqueiros delinquentes que tinham levado o país à bancarrota, alguns dos quais andam a ver se escapam à Interpol. De seguida, e sempre pressionando o poder, o povo desse país europeu já chumbou duas versões da lei que previa a indemnização dos accionistas privados da banca, uma das quais através de um referendo. Há uma nova versão da lei prestes a ser referendada e as sondagens dão mais de 60% das intenções de voto ao "Não". Tudo tem decorrido com decisão e grande firmeza, mas serenamente.
O país chama-se Islândia e não é por ficar longe que as notícias são escassas, demoram a chegar e circulam quase confidencialmente. É porque este tipo de notícias é um péssimo exemplo para as democracias "faz de conta", nas quais tudo se decide nas costas e às custas do povo. Desde chamar ou não chamar o FMI até pagar ou não pagar aos fautores da delinquência financeira que arruínam países e levam povos à pobreza.
«DE» de 5 Abr 11HÁ UM PAÍS da Europa cujo Governo conservador, perante a crise financeira e a recessão económica decorrente das medidas de austeridade, nacionalizou a banca e mandou chamar o FMI que entrou de imediato com um generosa injecção de dois mil milhões de dólares. Acontece que o povo, que sabe fazer contas e está habituado a ver à distância, não gostou da receita. E, vai daí, saiu à rua e não descansou enquanto não provocou a queda do Governo e a realização de eleições antecipadas, que mudaram a feição política do Executivo, para uma coligação de social-democratas e de ecologistas. Nota: social-democratas e de ecologistas mesmo.
De seguida, a soberania do povo desse país europeu, respondendo a uma referendo, recusou-se pura e simplesmente a pagar as dívidas da banca e avançou mesmo com a iniciativa de responsabilizar criminalmente os banqueiros delinquentes que tinham levado o país à bancarrota, alguns dos quais andam a ver se escapam à Interpol. De seguida, e sempre pressionando o poder, o povo desse país europeu já chumbou duas versões da lei que previa a indemnização dos accionistas privados da banca, uma das quais através de um referendo. Há uma nova versão da lei prestes a ser referendada e as sondagens dão mais de 60% das intenções de voto ao "Não". Tudo tem decorrido com decisão e grande firmeza, mas serenamente.
O país chama-se Islândia e não é por ficar longe que as notícias são escassas, demoram a chegar e circulam quase confidencialmente. É porque este tipo de notícias é um péssimo exemplo para as democracias "faz de conta", nas quais tudo se decide nas costas e às custas do povo. Desde chamar ou não chamar o FMI até pagar ou não pagar aos fautores da delinquência financeira que arruínam países e levam povos à pobreza.
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1 Comments:
Parabéns, João Paulo Guerra.
E (muito, muito) obrigado.
Tem-se ouvido pouco sobre o que se passa na Islândia. As notícias andam tão arredadas desse tema... Cadê os jornalistas capazes de mexer no assunto?
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