Procônsul
Por João Paulo Guerra
AS DIREITAS, política e sociológica, andam impantes. Entendem certamente que com os burocratas da Comissão Europeia e do FMI instalados em Lisboa e a mandarem no País e nas instituições terá chegado a hora de todas as desforras como de todas as compensações. E assim acorrem às reuniões de vassalagem oferecendo os seus préstimos e pedindo as mais desaforadas contrapartidas: que o FMI inverta com carácter definitivo e irreversível o crescimento dos salários e trave o aumento do salário mínimo, que corte mais nas pensões, que consagre despedimentos tendencialmente gratuitos, que reduza o subsidio de desemprego a uma gorjeta, que flexibilize os horários de trabalho nas empresas e, veleidade das veleidades, que consagre todo este cenário de terra queimada em matéria de direitos sociais numa revisão da Constituição.
A referência a uma revisão da Constituição, no âmbito das negociações para a suposta ajuda a Portugal, veio nos jornais e não motivou qualquer denúncia ou protesto, nem da parte dos dirigentes do País, como dos líderes partidários ou dos fazedores de opinião. Quem cala, consente e os interlocutores do FMI devem achar muito bem que se mexa a Fundo na Constituição, substituindo-a eventualmente por um conjunto de ordenações. E com um pouco mais de alento ainda pedem ao FMI que promova um golpe de Estado para acabar de vez com todo e qualquer resquício do 25 de Abril. Nem sequer seria original. Em 1926 foram as confederações patronais que animaram um general a vir de Braga por aí abaixo, montado num cavalo e a vociferar palavrões contra a República.
Solução mais discreta, porém, será pedir ao FMI que dispense os portugueses da maçada das eleições e que nomeie um procônsul entre o que provar ser o mais fiel dos seus seguidores.
«DE» de 21 Abr 11AS DIREITAS, política e sociológica, andam impantes. Entendem certamente que com os burocratas da Comissão Europeia e do FMI instalados em Lisboa e a mandarem no País e nas instituições terá chegado a hora de todas as desforras como de todas as compensações. E assim acorrem às reuniões de vassalagem oferecendo os seus préstimos e pedindo as mais desaforadas contrapartidas: que o FMI inverta com carácter definitivo e irreversível o crescimento dos salários e trave o aumento do salário mínimo, que corte mais nas pensões, que consagre despedimentos tendencialmente gratuitos, que reduza o subsidio de desemprego a uma gorjeta, que flexibilize os horários de trabalho nas empresas e, veleidade das veleidades, que consagre todo este cenário de terra queimada em matéria de direitos sociais numa revisão da Constituição.
A referência a uma revisão da Constituição, no âmbito das negociações para a suposta ajuda a Portugal, veio nos jornais e não motivou qualquer denúncia ou protesto, nem da parte dos dirigentes do País, como dos líderes partidários ou dos fazedores de opinião. Quem cala, consente e os interlocutores do FMI devem achar muito bem que se mexa a Fundo na Constituição, substituindo-a eventualmente por um conjunto de ordenações. E com um pouco mais de alento ainda pedem ao FMI que promova um golpe de Estado para acabar de vez com todo e qualquer resquício do 25 de Abril. Nem sequer seria original. Em 1926 foram as confederações patronais que animaram um general a vir de Braga por aí abaixo, montado num cavalo e a vociferar palavrões contra a República.
Solução mais discreta, porém, será pedir ao FMI que dispense os portugueses da maçada das eleições e que nomeie um procônsul entre o que provar ser o mais fiel dos seus seguidores.
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2 Comments:
Mas no dia 5 de Junho - se não houver novidades - o rebanho lá acorrerá para deixar tudo na mesma.
Depois de abertas as portas ao ladrão, dê-se-lhes também os sacos e uma ajudinha para os carregar depois de cheios.
E de quem é a culpa? Ou, como se faz constar, isso agora não interessa nada?
O Sítio, no estado a que chegou, nem categoria tem já para um Procônsul.
No mês da graça de 2011Jun,
irá ficar entregue a um
Pré- Procônsul.
De uma das agremiações do Bloco Central.
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