Programas
Por João Paulo Guerra
O PSD, ao que dizem os jornais, vai inaugurar um novo tipo de relacionamento com os eleitores que promete revolucionar a democracia tal como foi concebida. O programa eleitoral do PSD prevê a sua própria alteração após as eleições, no que diz respeito a medidas concretas de austeridade. Ou seja: o que o PSD propõe aos eleitores é que votem na encadernação, na embalagem, no papel do embrulho e no laçarote, no kit ou mesmo na esferovite, sem saber o que está lá dentro.
Já o PS, aliás, se antecipara ao PSD apresentando um programa eleitoral a prazo, isto é, condicionado pelo que a Comissão Europeia e o FMI vierem a impor a Portugal e aos portugueses. Ou seja: o PS permite aos eleitores que espreitam para o embrulho do programa de governo mas, lá dentro, só tem para oferecer pontos de interrogação e reticências. O naco da prosa fica para posterior redacção por parte dos burocratas da Troika.
Ou seja: os partidos que se perfilam para governar o País, depois de terem participado activa e demoradamente no seu desgoverno, não têm nada de seu para propor aos portugueses. Reféns dos burocratas sem alma do FMI e da Comissão Europeia, os partidos serão meras e voluntárias correias de transmissão de uma austeridade imposta, que fará de Portugal um país ainda mais desigual e mais pobre, mais arredado dos ideais fundadores da sua democracia e dos valores e progressos sociais de uma Europa que está a morrer.
Os frios burocratas que estão a escrever o real programa do futuro imediato do País deslocam-se em carros de luxo entre o mais requintado hotel de Lisboa e o vetusto edifício das Finanças, cenários irreais de um país que não vão, nem querem, conhecer. Os programas para liquidar e empenhar o futuro de Portugal não precisam de saber a identidade da vítima.
«DE» de 2 Maio 11O PSD, ao que dizem os jornais, vai inaugurar um novo tipo de relacionamento com os eleitores que promete revolucionar a democracia tal como foi concebida. O programa eleitoral do PSD prevê a sua própria alteração após as eleições, no que diz respeito a medidas concretas de austeridade. Ou seja: o que o PSD propõe aos eleitores é que votem na encadernação, na embalagem, no papel do embrulho e no laçarote, no kit ou mesmo na esferovite, sem saber o que está lá dentro.
Já o PS, aliás, se antecipara ao PSD apresentando um programa eleitoral a prazo, isto é, condicionado pelo que a Comissão Europeia e o FMI vierem a impor a Portugal e aos portugueses. Ou seja: o PS permite aos eleitores que espreitam para o embrulho do programa de governo mas, lá dentro, só tem para oferecer pontos de interrogação e reticências. O naco da prosa fica para posterior redacção por parte dos burocratas da Troika.
Ou seja: os partidos que se perfilam para governar o País, depois de terem participado activa e demoradamente no seu desgoverno, não têm nada de seu para propor aos portugueses. Reféns dos burocratas sem alma do FMI e da Comissão Europeia, os partidos serão meras e voluntárias correias de transmissão de uma austeridade imposta, que fará de Portugal um país ainda mais desigual e mais pobre, mais arredado dos ideais fundadores da sua democracia e dos valores e progressos sociais de uma Europa que está a morrer.
Os frios burocratas que estão a escrever o real programa do futuro imediato do País deslocam-se em carros de luxo entre o mais requintado hotel de Lisboa e o vetusto edifício das Finanças, cenários irreais de um país que não vão, nem querem, conhecer. Os programas para liquidar e empenhar o futuro de Portugal não precisam de saber a identidade da vítima.
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1 Comments:
«O programa eleitoral do PSD prevê a sua própria alteração após as eleições»
Talvez não seja assim tão descabido.
Estou a lembrar-me do Programa PS 2005, para 150 mil empregos.
Quanto ao Programa PS 2011-2015:
O habitual somatório de 'generalidades e culatras', um bluff,
que creio irá ser repetido pelos restantes pp.
A bem do Regime.
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