Luz - Comboio de Vila Real à Régua, Linha do Corgo, 1983 (*)
Fotografias de António Barreto- APPh
Esta linha está hoje “fechada para obras” há vários anos. Já se percebeu que nunca mais abrirá. Nos últimos anos em que funcionou, já não era esta preciosa locomotiva a vapor, mas uma automotora a diesel. Este percurso era fantástico, quase tão espectacular como o da Linha do Tua, igualmente fechada. Fiz este trajecto centenas de vezes. Por aqui se ia de férias, ao Porto, a Lisboa, para o mundo... Nas descidas, o comboio acelerava à velocidade estonteante de 50 km à hora. A subir ou em plano, o normal eram uns vinte a trinta à hora! Os 24 km de Vila Real à Régua percorriam-se em cerca de uma hora, com seis apeadeiros. Os soldados que viajavam neste comboio, atrevidos, várias vezes saltavam da composição, corriam uns metros e voltavam a entrar. Faziam-no para apanhar uvas e impressionar as raparigas!
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(*) Actualização em 10 Dez 11
ERRATA
ERRATA
A 30 de Outubro deste ano, publiquei, no Sorumbático e no Jacarandá, uma fotografia de uma linha de comboio, em zona de montanha, com carris de via reduzida, com locomotiva ao fundo e algumas pessoas ao lado da via. O título que lhe dei foi: “Comboio de Vila Real à Régua, Linha do Corgo, 1983”.
Entre a correspondência que então recebi, conta-se a observação de Dario Silva. Dizia ele, no essencial, que não podia ser na linha do Corgo. Este leitor conhecia tudo de comboios em Portugal e garantia que aquela locomotiva não podia ter circulado em Portugal.
Fiquei impressionado com os argumentos. Procurei nos meus arquivos (ainda não completamente catalogados e arrumados como deveriam estar... mas não perdem pela demora!) e finalmente encontrei. Dario Silva tinha toda a razão. A fotografia foi feita em 1971, no Peru, na linha de comboio que vai de Cuzco a um apeadeiro perto de Machu Pichu (o último troço da viagem era feito, naquela altura, em camionetas).
Aqui fica a rectificação, com um agradecimento e uma vénia ao meu correspondente Dario Silva, que, aliás, me brindou com várias mensagens e documentação própria de uma verdadeira enciclopédia ferroviária!”.
Entre a correspondência que então recebi, conta-se a observação de Dario Silva. Dizia ele, no essencial, que não podia ser na linha do Corgo. Este leitor conhecia tudo de comboios em Portugal e garantia que aquela locomotiva não podia ter circulado em Portugal.
Fiquei impressionado com os argumentos. Procurei nos meus arquivos (ainda não completamente catalogados e arrumados como deveriam estar... mas não perdem pela demora!) e finalmente encontrei. Dario Silva tinha toda a razão. A fotografia foi feita em 1971, no Peru, na linha de comboio que vai de Cuzco a um apeadeiro perto de Machu Pichu (o último troço da viagem era feito, naquela altura, em camionetas).
Aqui fica a rectificação, com um agradecimento e uma vénia ao meu correspondente Dario Silva, que, aliás, me brindou com várias mensagens e documentação própria de uma verdadeira enciclopédia ferroviária!”.
Etiquetas: AMB
5 Comments:
Recordo uma das primeira viagens da 'Bila? ao Porto, todo aperaltado e verificar na chegada que a camisa branca com que parti parecia ter saído de uma carvoaria. E bem encavacado que fiquei, quando me apercebi.
Os comboios serão substituídos pelas velhas botas que levavam meias solas. boa semana
Por coincidência, lia-se no «JN» de ontem:
«Aos 82 anos, o antigo ferroviário José Pinto Mourinha quer ir ajudar, e de graça, a recolocar os carris da Linha do Corgo só para ver passar de novo o comboio entre Régua e Vila Real.
Este octogenário juntou-se às cerca de 50 pessoas que participaram este domingo, em Alvações do Corgo, município de Santa Marta de Penaguião, para debaterem o "Presente e o Futuro", numa iniciativa promovida pelo Movimento Cívico pela Linha do Corgo (MCLC).
O Plano Estratégico de Transportes do Governo prevê a desactivação da Linha do Corgo, entre Peso da Régua e Vila Real, que actualmente se encontra com circulação suspensa.
Encerrada desde Março de 2009 pelo anterior governo, que alegou razões de segurança, a linha que ligava a Régua a Vila Real deveria ter sido alvo de um investimento de 23,4 milhões de euros em obras de reparação e reabrir até ao final de 2010.
As obras pararam após o desmantelamento dos carris, ficando no lugar da linha férrea uma estrada de terra batida.
José Pinto Mourinha foi chefe de distrito da CP. Em 1984, chefiou uma equipa de 45 homens na requalificação da Linha do Corgo até Chaves. Poucos meses depois assistiu ao encerramento de Vila Real para cima.
"Reparámos a linha bem reparada e depois fecham-na. Tanto dinheiro que nós gastámos a meter carris", salientou o antigo ferroviário.
Primeiro até Chaves, mais tarde em toda a extensão. Por isso agora, José Pinto afirmou que "tornava para lá" e "de graça" para ajudar a montar os carris de novo nesta via estreita.
Ao lado, Luciano Sousa Lucas garantiu que ajudava até porque agora é obrigado a viajar no autocarro que substituiu o comboio, um meio que transporte que considerou mais "perigoso" por causa da estrada estreita.
O MCLC lançou uma petição em defesa do regresso do comboio a esta via já em 2012. O objectivo da petição é atingir as quatro mil assinaturas, número mínimo para levar a petição a debate na Assembleia da República.
Daniel Conde, do MCLC, defendeu a reactivação da linha, mas com um comboio moderno que ande entre 50 a 80 quilómetros e com horários que sirvam as populações.
"Neste país só não há dinheiro para o que não se quer. Só nos estudos do TGV já se gastaram 116 milhões de euros e não há nada no terreno", sublinhou.
Este responsável apelou às populações locais para se juntarem e lutarem para Linha do Corgo.
O presidente da Câmara de Santa Marta de Penaguião, o socialista Francisco Ribeiro, participou neste debate até porque considera que o encerramento definitivo da linha uma "notícia muito triste". No entanto, referiu que ainda não teve qualquer comunicação oficial sobre este assunto.
As preocupações do presidente aumentaram por causa dos rumores de que a CP se prepara para acabar com o transporte rodoviário, alternativo ao ferroviário, o que, na sua opinião, se tornará "num drama complicadíssimo" que deixará a população de Alvações do Corgo "completamente abandonada".
Não há transporte público que ligue esta freguesia à sede do concelho e a maior parte da população, trabalhadores e estudantes, deslocam-se para a Régua ou Vila Real.
Em representação da Câmara da Régua, o vereador Mário Montes referiu que as autarquias "foram claramente levadas" na questão da Linha do Corgo e salientou a disponibilidade para lutar e protestar.»
No "Jacarandá", blogue de António Barreto onde estas fotos também são afixadas, o leitor Dario Silva deixou o seguinte comentário:
«O comboio apresentado não é português e não circula na Linha do Corgo»
Estive a ver o perfil desse leitor, e não há dúvida que percebe do assunto.
De qualquer forma, se a referida linha já não existe, a parte da frase «...não circula na Linha do Corgo» está certíssima.
Ver "actualização-Errata" com data de hoje.
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