8.12.11

O caso do ministro demitido e honrado

Por Ferreira Fernandes

CONHECE-SE o recorde que Cristiano Ronaldo persegue: há pouco mais de cem jogos no Real Madrid, também já ultrapassou em cem o número de golos. O ideal era atingir a média 1/1, o que é extraordinário para quem é utilizado toda a época.
Bater recordes para um desportista é um desafio constante, ir mais além é o patamar constante que foi definido pelos gregos dos jogos olímpicos. Já para não falar dos prémios que vêm junto. Joe DiMaggio bateu um recorde esquisito nesse desporto esquisito que é o basebol - deu não sei quantas pancadas durante 56 jogos seguidos, do nunca visto na National League americana - e pouco depois casava-se com Marilyn Monroe.
Outra que parece querer atingir a extraordinária relação de 1/1 é Dilma Rousseff - ainda pode acabar o ano com tantos ministros demitidos quantos meses de Governo tem. Vai ter de se esforçar, porque tomou posse a 1 de Janeiro e só tem sete demitidos, mas o oitavo entrou já na calha esta semana (o sétimo saiu na semana passada): correm zunzuns de corrupção sobre Fernando Pimentel, ministro da Indústria.
E era aqui que eu queria chegar: à amálgama. Quase todos os ministros demitidos de Dilma foram-no por corrupção, é verdade. Mas não se esqueçam da palavrinha quase: um deles, Nelson Jobim, ministro da Defesa, a quem dediquei uma crónica em Agosto, foi posto na rua por ser linguarudo e insultar os colegas.
Comparado a corrupto, isso é uma honra. Não confundir.
«DN» de 8 DEz 11

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