15.12.11

“Os banqueiros alemães até tremem”

Por Helena Matos

AO CONTRÁRIO de boa parte do país achei que Sócrates não quis dizer que não se devia pagar a dívida. Explicou-se mal e como entretanto perdeu a gravitas do poder a coisa resultou anedótica e Sócrates acabou a ter de se justificar e aí sim entrou nas fantasias do costume, dizendo que se referia ao pagamento integral da dívida num ano, coisa que de facto ninguém à excepção dele mesmo colocou. Enfim, esta prestação de Sócrates ajudou o governo e sobretudo António José Seguro que, pelo menos durante uns dias, teve a alegria de ver Sócrates a dizer e desdizer-se na televisão.

Mas já este senhor propõe de facto que não se pague a dívida e até acha que os banqueiros alemães vão tremer se lhes dissermos que não pagamos. Como a alminha não é da Ruptura/FER mas sim vice-presidente da bancada parlamentar do PS, espera-se que os socialistas se pronunciem sobre a proposta deste seu vice-presidente de bancada que diz estar a marimbar-se para que os chamem irresponsáveis. Parafraseando o deputado Pedro Nuno Santos ou Seguro se põe fino, ou com um grupo parlamentar destes não sei se lhe tremem as pernas mas certamente que acaba com o partido e os nervos em fanicos.
«Blasfémias.Net»

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2 Comments:

Blogger José Batista said...

Bom, se tremerem as pernas a Seguro, e se ele não se aguentar, sempre têm o Manuel Alegre, que já veio solidarizar-se, como só ele sabe, com o autor da proposta de chantagem à maneira dos jogadores de póker.
Com tanta coragem e lucidez, e com aquela voz bem timbrada, bem podiam mandá-lo a Berlim falar olhos nos olhos com a dona Merkel. Quem nos diz que a senhora não tremeria?
Vá lá, insistam com o Alegre. O homem está (cada vez mais) capaz de "arrebentar umas broas".
E a Merkel que se cuide.

Resta outra alternativa: os amigos do peito dos dirigentes socialistas suplicarem-lhes que se calem. O que, no caso de Alegre, deve ser difícil.

Pelo que se pode sugerir uma variante (paradoxal) daquela alternativa: pedirem a Alegre que fale, fale sempre. Que o efeito, em quem o ouve, é quase o mesmo.

E o que se aplica a Alegre, aplica-se a 90% dos nossos (extra ordinários) políticos.

15 de dezembro de 2011 às 22:14  
Blogger ZéZé de Moledo said...

A exigência de renegociação da dívida nem é assim uma exigência tão esdrúxula como possa parecer até porque em voz baixa ou off muita gente pensa que, nas actuais condições (prazos, taxas e (de)crescimento) a tal dívida não é pagável!
Agora, vinda a proposta de onde vem e nos termos em que é apresentada, dá vontade de rir, mas como, infelizmente para a maioria de nós, os tempos não são de galhofas o riso sai necessariamente amarelo, tipo ovo choco.
Coitados dos banqueiros teutónicos se apanhassem pela frente o inflamado e sócretino deputado! Os espanhóis (banqueiros) nem merecem qualquer investida do defensor do Povo apesar de serem os que mais emprestaram, ele vai, resoluto, direito ao centro do Mal!
Está bem, um só lapso na atitude, antecipada! Ela não se enquadra no espírito natalício que se aproxima, deveria tê-la guardado lá para antes da Quaresma!

15 de dezembro de 2011 às 23:09  

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