"Portugal É Ele"
Por Manuel António Pina
DIZ ALGURES Borges que para que um poeta seja um bom, se não um grande, poeta basta-lhe ter escrito um bom ou um grande verso.
Tranquilizem-se os portugueses que desesperavam pelo adiado golpe de génio que revelaria o ministro Álvaro como o grande ministro da Economia que a sua imparável actividade blogo-economista anunciava. O grande verso tardou mais chegou.
Álvaro declamou-o ontem perante uma multidão embasbacada e expectante na abertura da Conferência DN 'Made In Portugal' e, mais do que um verso, é uma verdadeira epopeia, a sua aparente simplicidade ocultando seis extenuantes meses de reflexão governativa. Portugal, descobriu o ministro, "tem falhado" no que diz respeito às exportações de produtos nacionais "tal como as natas"; ora a solução está justamente... nos pastéis de nata, que podem ser tão vendáveis "como os churrascos Nando's ou os hambúrgueres".
É a "portuguese egg tart" de Colombo: se conseguirmos que o Mundo inteiro, de Nova Iorque a Taipé e a Ouagadougou, se alambaze de pastéis de nata em vez de churrascos Nando's, seguir-se-ão facilmente o galão, o cimbalino pingado, a tosta mista, a francesinha... O céu e a capacidade da cozinha são o limite.
Assim, o ministro Álvaro (evocando outra genial ideia de internacionalização da economia portuguesa, o Allgarve do saudoso ministro Pinho, devemos começar a dizer ministro Allvaro) vai lançar o "slogan" "Portugal Sou Eu". Desenhado a canela.
«JN» de 13 Jan 12DIZ ALGURES Borges que para que um poeta seja um bom, se não um grande, poeta basta-lhe ter escrito um bom ou um grande verso.
Tranquilizem-se os portugueses que desesperavam pelo adiado golpe de génio que revelaria o ministro Álvaro como o grande ministro da Economia que a sua imparável actividade blogo-economista anunciava. O grande verso tardou mais chegou.
Álvaro declamou-o ontem perante uma multidão embasbacada e expectante na abertura da Conferência DN 'Made In Portugal' e, mais do que um verso, é uma verdadeira epopeia, a sua aparente simplicidade ocultando seis extenuantes meses de reflexão governativa. Portugal, descobriu o ministro, "tem falhado" no que diz respeito às exportações de produtos nacionais "tal como as natas"; ora a solução está justamente... nos pastéis de nata, que podem ser tão vendáveis "como os churrascos Nando's ou os hambúrgueres".
É a "portuguese egg tart" de Colombo: se conseguirmos que o Mundo inteiro, de Nova Iorque a Taipé e a Ouagadougou, se alambaze de pastéis de nata em vez de churrascos Nando's, seguir-se-ão facilmente o galão, o cimbalino pingado, a tosta mista, a francesinha... O céu e a capacidade da cozinha são o limite.
Assim, o ministro Álvaro (evocando outra genial ideia de internacionalização da economia portuguesa, o Allgarve do saudoso ministro Pinho, devemos começar a dizer ministro Allvaro) vai lançar o "slogan" "Portugal Sou Eu". Desenhado a canela.
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