«Dito & Feito»
Por José António Lima
UM DOS LEMAS do Governo de Passos Coelho, mal iniciou funções, foi o de evitar mais despesa pública e reduzir o desperdício.
Em Julho, foi anunciado que o Governo estava a preparar «a extinção de empresas públicas do sector dos transportes e obras públicas». Em Agosto, foi aprovada em Conselho de Ministros a directiva segundo a qual «as 280 empresas municipais existentes devem ser fundidas e reduzidas a metade». Antes disso, em plena campanha eleitoral, já Paulo Portas prometia que, «em três meses, cada ministro do próximo Governo deverá apresentar um plano de extinções ou reduções nas empresas públicas, institutos, fundações e agências» da onerosa máquina do Estado.
Passado meio ano, entrados já em 2012, qual é o balanço destas tão proclamadas intenções em diminuir o peso do Estado e os seus incontáveis tentáculos? Até agora, não há notícia de uma empresa municipal, de um instituto, fundação ou organismo que tenha sido efectivamente extinto. Salvo a honrosa excepção, em curso, da Parque Expo, pela mão da ministra Assunção Cristas.
Não é por falta de tempo ou por burocracias legais que o ‘monstro’ do aparelho de Estado se mantém praticamente incólume. É porque é aí que se acoitam as clientelas partidárias, os empregos e as redes de influências e de interesses a nível local, regional e central. Como ainda agora se viu com algumas nomeações para organismos no sector do turismo ou das águas.
O poder político não tem receio de enfrentar os funcionários públicos com cortes de ordenados ou os cidadãos em geral com um violento acréscimo da carga fiscal e dos preços de serviços e produtos básicos. Mas teme e foge a tocar nos pequenos e médios direitos adquiridos das suas clientelas partidárias.
Paulo Portas prometia, também, «a redução e agregação de câmaras municipais e juntas de freguesias». Tal como, aliás, está acordado no memorando da troika. Mas a diminuição de qualquer um dos 308 municípios já foi metida na gaveta. E, ainda esta semana, um dos principais vultos do aparelhismo do PSD, Carlos Carreiras, veio anunciar que «para já, fica sem efeito» a ideia de reduzir o número de freguesias de Cascais de seis para quatro. «A ideia foi muito mal aceite até dentro do meu próprio partido», explica. Eis o espelho do reformismo do Governo. E do clientelismo partidário em acção.
«SOL» de 6 Jan 12UM DOS LEMAS do Governo de Passos Coelho, mal iniciou funções, foi o de evitar mais despesa pública e reduzir o desperdício.
Em Julho, foi anunciado que o Governo estava a preparar «a extinção de empresas públicas do sector dos transportes e obras públicas». Em Agosto, foi aprovada em Conselho de Ministros a directiva segundo a qual «as 280 empresas municipais existentes devem ser fundidas e reduzidas a metade». Antes disso, em plena campanha eleitoral, já Paulo Portas prometia que, «em três meses, cada ministro do próximo Governo deverá apresentar um plano de extinções ou reduções nas empresas públicas, institutos, fundações e agências» da onerosa máquina do Estado.
Passado meio ano, entrados já em 2012, qual é o balanço destas tão proclamadas intenções em diminuir o peso do Estado e os seus incontáveis tentáculos? Até agora, não há notícia de uma empresa municipal, de um instituto, fundação ou organismo que tenha sido efectivamente extinto. Salvo a honrosa excepção, em curso, da Parque Expo, pela mão da ministra Assunção Cristas.
Não é por falta de tempo ou por burocracias legais que o ‘monstro’ do aparelho de Estado se mantém praticamente incólume. É porque é aí que se acoitam as clientelas partidárias, os empregos e as redes de influências e de interesses a nível local, regional e central. Como ainda agora se viu com algumas nomeações para organismos no sector do turismo ou das águas.
O poder político não tem receio de enfrentar os funcionários públicos com cortes de ordenados ou os cidadãos em geral com um violento acréscimo da carga fiscal e dos preços de serviços e produtos básicos. Mas teme e foge a tocar nos pequenos e médios direitos adquiridos das suas clientelas partidárias.
Paulo Portas prometia, também, «a redução e agregação de câmaras municipais e juntas de freguesias». Tal como, aliás, está acordado no memorando da troika. Mas a diminuição de qualquer um dos 308 municípios já foi metida na gaveta. E, ainda esta semana, um dos principais vultos do aparelhismo do PSD, Carlos Carreiras, veio anunciar que «para já, fica sem efeito» a ideia de reduzir o número de freguesias de Cascais de seis para quatro. «A ideia foi muito mal aceite até dentro do meu próprio partido», explica. Eis o espelho do reformismo do Governo. E do clientelismo partidário em acção.
Etiquetas: autor convidado, JAL
2 Comments:
Uma bicheza!
De boca aberta, repito e sublinho, de boca aberta! Afinal o JAL não é o situacionista que dava a entender apenas o Dr. PC chegou ao poder. Presumo que continue a ser o anti-Cristo, perdão, o anti-Sócrates que era in illo tempore. Coerente.
Qual será a nova novidade que Jal nos proporcionará?
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