Remorsos
Por João Paulo Guerra
“ESTES dias não têm sido fáceis para a UGT”… mas os próximos anos vão ser terríveis para milhões de assalariados portugueses que a UGT entregou de mão beijada, mesmo não os representando, à gula do patronato e do seu governo.
Aparentemente, o secretário-geral da UGT anda por aí a bater com a mão no peito, queixando-se da dificuldade dos dias que correm. A central sindical afeta ao PS e PSD queixa-se agora da dureza dos dias, depois de ter feito o que dela se esperava: avalizou o mais sinistro pacote laboral de que há memória em Portugal. E é caso para perguntar se a UGT não existe para isto mesmo, para em momentos mais críticos sustentar com uma simples assinatura mais um conjunto de malfeitorias contra os que vivem dos rendimentos do trabalho.
O primeiro-ministro terá assim cometido uma grande injustiça ao destacar e saudar a colaboração da direção do PS para o acordo laboral que fez recuar décadas as relações de trabalho em Portugal, omitindo os devidos agradecimentos à UGT, sem a qual o acordo era uma simples convénio entre patrões. Assim, o acordo tem o necessário e suficiente para que exista: o timbre de uma central sindical, pois os pesos na consciência do secretário-geral da central sindical não são registados nem sequer como declaração de voto.
O pesar de João Proença, nos dias seguintes à assinatura do acordo laboral, parece tão sentido como o de Cavaco Silva após a assinatura do Orçamento de Estado. Chamam a isto sentido de Estado ou das responsabilidades. Mas remorso é a palavra adequada, pois nem sequer significa arrependimento. O arrependimento é o sentimento de quem tem consciência que infringiu as regras da moral. Remorsos têm os que temem qualquer espécie de punição ou simples censura moral.
«DE» de 25 Jan 12“ESTES dias não têm sido fáceis para a UGT”… mas os próximos anos vão ser terríveis para milhões de assalariados portugueses que a UGT entregou de mão beijada, mesmo não os representando, à gula do patronato e do seu governo.
Aparentemente, o secretário-geral da UGT anda por aí a bater com a mão no peito, queixando-se da dificuldade dos dias que correm. A central sindical afeta ao PS e PSD queixa-se agora da dureza dos dias, depois de ter feito o que dela se esperava: avalizou o mais sinistro pacote laboral de que há memória em Portugal. E é caso para perguntar se a UGT não existe para isto mesmo, para em momentos mais críticos sustentar com uma simples assinatura mais um conjunto de malfeitorias contra os que vivem dos rendimentos do trabalho.
O primeiro-ministro terá assim cometido uma grande injustiça ao destacar e saudar a colaboração da direção do PS para o acordo laboral que fez recuar décadas as relações de trabalho em Portugal, omitindo os devidos agradecimentos à UGT, sem a qual o acordo era uma simples convénio entre patrões. Assim, o acordo tem o necessário e suficiente para que exista: o timbre de uma central sindical, pois os pesos na consciência do secretário-geral da central sindical não são registados nem sequer como declaração de voto.
O pesar de João Proença, nos dias seguintes à assinatura do acordo laboral, parece tão sentido como o de Cavaco Silva após a assinatura do Orçamento de Estado. Chamam a isto sentido de Estado ou das responsabilidades. Mas remorso é a palavra adequada, pois nem sequer significa arrependimento. O arrependimento é o sentimento de quem tem consciência que infringiu as regras da moral. Remorsos têm os que temem qualquer espécie de punição ou simples censura moral.
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1 Comments:
Espero que ninguém chame demagogia à insistência neste assunto.
Espero também, sinceramente, que muito (e por muito tempo) se insista.
Neste como noutros assuntos que (nos) chocam e ofendem.
Porque, em meu entendimento, imperdoável era deixá-los esquecer. Muito pior do que... demagogia.
Obrigado, João Paulo Guerra.
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