Porta Nova

Por A. M. Galopim de Carvalho A PORTA NOVA é o nome pelo qual, ainda hoje, toda a gente se refere ao Largo Luis de Camões, na cidade que me viu nascer e crescer. Num exercício de memória do tempo que ali se viveu nos anos 30 e 40 do século que passou, este pequeno espaço grosso modo triangular, ladeado de prédios centenários e de arcadas que protegem os peões do sol abrasador do Verão e da chuva no tempo dela, rematado num dos seus três vértices por um belo duplo arco granítico do aqueduto de Sertório, foi, para mim, um mundo de descobertas no tempo em que os meus pais, os meus quatro irmãos, eu e uma irmãzinha, que já ali nasceu, nos tornámos residentes nesta zona da velha urbe. Tudo o que era necessário para o governo da casa se encontrava neste largo e nas suas imediatas redondezas, dizia a minha mãe e tinha razão. Isso e muito mais. (...)

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