O Ministério dos Feriados
Por Manuel António Pina
O SUPERMINISTÉRIO da Economia e do Emprego do ministro Álvaro tornou-se, em pouco mais de oito meses de Governo, uma espécie de pedreira onde escavam todos os outros ministérios e, sobretudo, os lóbis e grupos de interesses que tradicionalmente parasitam o Estado.
Foi-se, primeiro, a diplomacia económica; depois, um a um, foram-se a concertação social, as privatizações, as Parcerias Público-Privadas, o emprego jovem, os incentivos à criação de postos de trabalho...
Faltava a gestão dos milhões dos fundos comunitários, os únicos milhões que, nesta altura, ainda "entram", ou podem entrar, na economia. E, aí, chegou a vez de o Ministério das Finanças querer ir também ao bolo.
Era demasiado. O luzido superministério de Álvaro Santos Pereira estava a transformar-se num anémico miniministério honorário. E, no Conselho de Ministros da passada quinta-feira, ele terá posto os pés à parede: "Os milhões do QREN daqui não saem, daqui ninguém os tira!".
Não lhe valeu de nada. Passos Coelho calou-o deixando-o ficar com a coordenação do QREN, mas entregando a Gaspar a "palavra decisiva" sobre a reafectação dos fundos. Isto é, Gaspar decidirá, Álvaro executará.
Álvaro teve que resignar-se. Mais vale ser ministro por mais alguns meses que "bloguer" toda a vida. E, pensando bem, com cada vez menos Economia e menos Emprego para gerir, mais tempo terá para se dedicar aos dossiês dos feriados e dos pastéis de nata.
«JN» de 7 Mar 12O SUPERMINISTÉRIO da Economia e do Emprego do ministro Álvaro tornou-se, em pouco mais de oito meses de Governo, uma espécie de pedreira onde escavam todos os outros ministérios e, sobretudo, os lóbis e grupos de interesses que tradicionalmente parasitam o Estado.
Foi-se, primeiro, a diplomacia económica; depois, um a um, foram-se a concertação social, as privatizações, as Parcerias Público-Privadas, o emprego jovem, os incentivos à criação de postos de trabalho...
Faltava a gestão dos milhões dos fundos comunitários, os únicos milhões que, nesta altura, ainda "entram", ou podem entrar, na economia. E, aí, chegou a vez de o Ministério das Finanças querer ir também ao bolo.
Era demasiado. O luzido superministério de Álvaro Santos Pereira estava a transformar-se num anémico miniministério honorário. E, no Conselho de Ministros da passada quinta-feira, ele terá posto os pés à parede: "Os milhões do QREN daqui não saem, daqui ninguém os tira!".
Não lhe valeu de nada. Passos Coelho calou-o deixando-o ficar com a coordenação do QREN, mas entregando a Gaspar a "palavra decisiva" sobre a reafectação dos fundos. Isto é, Gaspar decidirá, Álvaro executará.
Álvaro teve que resignar-se. Mais vale ser ministro por mais alguns meses que "bloguer" toda a vida. E, pensando bem, com cada vez menos Economia e menos Emprego para gerir, mais tempo terá para se dedicar aos dossiês dos feriados e dos pastéis de nata.
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