União 'Peço Desculpa' Europeia
Por Ferreira Fernandes
A COMISSÃO Europeia fez um vídeo de propaganda, uma mensagem em segundos. Dá jeito usar símbolos quando se conta tão condensado. Um símbolo é um significante em forma de coisa que representa algo de abstrato.
No vídeo, a Europa fez-se representar por uma mulher branca. Também podia ter escolhido aquele ministro alemão da Economia que é de origem vietnamita ou um escritor inglês de origem indiana ou um qualquer futebolista francês negro, mas era um vídeo curto. Dava jeito um símbolo imediato para percebermos em segundos.
No vídeo, saltaram, à volta da Europa, um tipo com gestos de kung fu, era a Ásia, um sultão com cimitarra, o árabe, e um negro a dançar capoeira, esse, uma conjugação de África e das Américas.
Os três estavam muito mexidos à volta da Europa, que, embora parecendo calma, estava manifestamente numa alhada. Que fez ela? Multiplicou-se, várias iguais a si própria, e fez um círculo como o da bandeira da União Europeia.
Os três remexidos acalmaram e sentaram-se a dialogar com a mulher branca. A Europa unida (27 países, e com mais na fila) fica fortalecida sem precisar de andar a distribuir bofetadas - era a mensagem do vídeo. Mas houve quem protestasse: ela era "racista e imperialista".
A União Europeia retirou o vídeo e pediu desculpa. Para a próxima que se faça simbolizar por um hipócrita a bater no peito, "mea culpa, mea culpa..." Mas, sobretudo, não o ponham louro, que pode parecer demasiado arrogante.
«DN» de 7 Mar 12A COMISSÃO Europeia fez um vídeo de propaganda, uma mensagem em segundos. Dá jeito usar símbolos quando se conta tão condensado. Um símbolo é um significante em forma de coisa que representa algo de abstrato.
No vídeo, a Europa fez-se representar por uma mulher branca. Também podia ter escolhido aquele ministro alemão da Economia que é de origem vietnamita ou um escritor inglês de origem indiana ou um qualquer futebolista francês negro, mas era um vídeo curto. Dava jeito um símbolo imediato para percebermos em segundos.
No vídeo, saltaram, à volta da Europa, um tipo com gestos de kung fu, era a Ásia, um sultão com cimitarra, o árabe, e um negro a dançar capoeira, esse, uma conjugação de África e das Américas.
Os três estavam muito mexidos à volta da Europa, que, embora parecendo calma, estava manifestamente numa alhada. Que fez ela? Multiplicou-se, várias iguais a si própria, e fez um círculo como o da bandeira da União Europeia.
Os três remexidos acalmaram e sentaram-se a dialogar com a mulher branca. A Europa unida (27 países, e com mais na fila) fica fortalecida sem precisar de andar a distribuir bofetadas - era a mensagem do vídeo. Mas houve quem protestasse: ela era "racista e imperialista".
A União Europeia retirou o vídeo e pediu desculpa. Para a próxima que se faça simbolizar por um hipócrita a bater no peito, "mea culpa, mea culpa..." Mas, sobretudo, não o ponham louro, que pode parecer demasiado arrogante.
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