Vítor Gaspar: "Onze é de mais!"
SOMOS
um país de coletividades onde a mais sintomática, sendo grupo
excursionista, se chama "Vai Tu".
Então, temos um campeonato - onde há
um Leiria sem dinheiro para mandar cantar onze cegos - que quer aumentar
os clubes de 16 para 18, já para o ano. Faz sentido. Assim, em vez de
vermos um sindicalista desconhecido, cercado do que nos parecem ser
arrumadores de automóveis, para o ano teremos uma conferência de
imprensa com os líderes das centrais sindicais, ladeados pelo Hulk e o
Luisão. Não pagos.
Há que nivelar Portugal pela relva: o que é a tática
para o resto do País que seja também para o futebol. Há que multiplicar o
que aconteceu ontem no estádio da Marinha Grande (Leiria-Feirense). O
Leiria entrou com oito jogadores em campo, jogou num esquema esquisito e
só perdeu por quatro.
Com uns meses de prática, os esquemas dos clubes
portugueses falidos (4-3-0, 5-2-0, 7-0-0...) podem vir a baralhar os
campos da Europa. Por exemplo, num futuro Real Madrid-FC Porto, Mourinho
manda marcar o Hulk e o Pepe fica nervoso por defrontar uma ausência.
Ora, o Pepe, nervoso, comete penáltis infantis...
Outra tática: sendo o
mínimo de jogadores sete (ontem o Leiria já foi perdulário), sete
futebolistas garantem um empate a zero se forem largos e bem
distribuídos entre os postes e a trave.
Portugal, que já inova na
economia fazendo um país sem trabalhadores nem trabalho, pode fazer o
mesmo no futebol, cortando o excesso de jogadores.
«DN» de 30 Abr 12 Etiquetas: autor convidado, F.F
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home