30.4.12

Vítor Gaspar: "Onze é de mais!"

Por Ferreira Fernandes
SOMOS um país de coletividades onde a mais sintomática, sendo grupo excursionista, se chama "Vai Tu". 
Então, temos um campeonato - onde há um Leiria sem dinheiro para mandar cantar onze cegos - que quer aumentar os clubes de 16 para 18, já para o ano. Faz sentido. Assim, em vez de vermos um sindicalista desconhecido, cercado do que nos parecem ser arrumadores de automóveis, para o ano teremos uma conferência de imprensa com os líderes das centrais sindicais, ladeados pelo Hulk e o Luisão. Não pagos. 
Há que nivelar Portugal pela relva: o que é a tática para o resto do País que seja também para o futebol. Há que multiplicar o que aconteceu ontem no estádio da Marinha Grande (Leiria-Feirense). O Leiria entrou com oito jogadores em campo, jogou num esquema esquisito e só perdeu por quatro. 
Com uns meses de prática, os esquemas dos clubes portugueses falidos (4-3-0, 5-2-0, 7-0-0...) podem vir a baralhar os campos da Europa. Por exemplo, num futuro Real Madrid-FC Porto, Mourinho manda marcar o Hulk e o Pepe fica nervoso por defrontar uma ausência. Ora, o Pepe, nervoso, comete penáltis infantis... 
Outra tática: sendo o mínimo de jogadores sete (ontem o Leiria já foi perdulário), sete futebolistas garantem um empate a zero se forem largos e bem distribuídos entre os postes e a trave. 
Portugal, que já inova na economia fazendo um país sem trabalhadores nem trabalho, pode fazer o mesmo no futebol, cortando o excesso de jogadores. 
«DN» de 30 Abr 12

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