Podem rir mas é deprimente
NO DIA 29 de junho de 2011, a jornalista angolana Cristina da Silva
publicou no Jornal de Angola (JA): "São necessários 17 mil milhões de
dólares para novas infraestruturas de eletricidade até ao ano de 2016."
O
JA foi para a rua e vendeu a notícia por 50 kwanzas (0,40 euroeuros). O
JA cumpriu a sua função social, espalhou a notícia.
No dia seguinte, no
outro lado do mundo, o site Macauhub publicou: "Angola necessita de 17
mil milhões de dólares para investir na produção de energia elétrica até
2016." O Macauhub difundiu a notícia pela Internet, grátis. O Macauhub
cumpriu, ele é pago pelo Governo de Macau para potenciar negócios entre a
China e os países de língua portuguesa.
Nesse mesmo dia, um funcionário
do SIED, serviço de espionagem português, fez um relatório com a
notícia acima referida. Essa notícia chegou ao seu ex-chefe Jorge Silva
Carvalho, que a enviou a 40 pessoas, assim: "Angola necessita de 17 mil
milhões de dólares para investir na produção de energia até 2017."
Para
dar notícias destas (nesse dia ele deu mais nove, todas de agências
públicas, Lusa, AFP, Reuters...), Silva Carvalho foi para a Ongoing
ganhar 40 mil euros por mês, como foi noticiado.
Três conclusões, todas
chocantes:
1) em Portugal, esconde-se, não se difunde;
2) em Portugal,
custa 40 mil o que noutros pontos do mundo é gratuito ou quase; e
3) o
careiro vende gato por lebre (não é "2017", é "2016").
E esses três
pontos estão ligados.
«DN» de 12 Mai 12Etiquetas: autor convidado, F.F
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