31.10.12

CDS: Um Paulo de 2 bicos

Por João Paulo Guerra 
O CDS, simples ou com PP, tem uma longa história a derrubar governos de coligação, derrubando-se a si próprio. Foi assim com o Governo PS/CDS, quando a propósito do SNS o Prof. Freitas tirou o tapete ao Dr. Soares; foi assim no Governo Balsemão quando, a pretexto de uns resultados autárquicos, o CDS deixou o primeiro-ministro a falar sozinho.
No longo consulado do cavaquismo, não podendo deitar abaixo governos, Paulo Portas deitou ao chão vários ministros, nas páginas de O Independente. E nos tempos da liderança do Prof. Marcelo, um novo projeto de coligação tipo AD abortou por efeito de uma ‘vichyssoise’ e de uma entrevista na SIC.
O Governo Durão não deu tempo para nada. Mas quando o Governo Santana foi apeado, com motivo na sucessão de “episódios” aos quais o CDS/PP e o respetivo líder não foram de modo algum alheios, a maioria via-se constantemente envolvida em zangas e reconciliações de opereta. Exemplo: Correio da Manhã, 16 de Novembro de 2004 - Os líderes do PPD e do PP almoçaram ontem “em segredo”, para sanar as feridas abertas na coligação pelo Congresso do PPD/PSD. As fotos do almoço em segredo, no restaurante BBC, que se prolongou por toda a tarde, vêm no 1ª página do Diário de Notícias.
Agora com o Orçamento foi o que se viu: um silêncio ensurdecedor. E à refundação de Passos Coelho, Paulo Portas interpôs a "proactividade" com a Troika. Mais uma manivela para o realejo. Quanto às autárquicas é o que se verá. Mas começa bem, com o CDS a roer a corda da ponte que Menezes lança para a outra margem. Do Rio. 
A tempo - Os jornais de quarta-feira confirmam a previsão de terça: O primeiro dia da discussão parlamentar sobre o Orçamento ficou marcado pela reforma do Estado (Diário Económico); Foi a refundação e não o Orçamento que dominou o debate parlamentar (jornal I).
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In "Diz que é uma espécie de democracia"

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