Passos, Seguro, eu, a Lei e o Princípio
Por Ferreira Fernandes
A
LEI de Murphy anda por aí. Se alguma coisa pode dar errado, certamente
dará, como ontem José Mourinho comprovou. Este passa a vida em
borderline, o conflito permanente é o seu valium. Agora deu-lhe para
atacar Casillas, herói do país onde ele, Mourinho, é imigrante. Para
grande escândalo, não o põe a jogar. Ontem, o que tinha de dar errado
deu, o guarda-redes substituto fez asneira e foi expulso - e Mourinho
teve de repescar Casillas... O português foi obrigado a ver o seu
ex-punido a regressar com o estádio de pé a aplaudir. Mas não atiro à
cara de Mourinho a adversidade que ele próprio proporcionou:
manifestamente, ele gosta dela, sorriu, como deve sorrir de cada vez que
entra no chuveiro e começa a tocar o telefone. Do que ele gosta mesmo é
de contrariedades.
Já outra coisa é a Lei de Murphy aplicada aos nossos
políticos. Sim, eu sei que quando se fala dos políticos pensa-se mais
no Princípio de Peter, pois parecem promovidos ao seu nível de
incompetência. Mas é de políticos e Lei de Murphy que quero falar: era
evidente que este Orçamento podia dar errado. E, agora, Passos, na
iminência de que dê mesmo errado, ameaça-me com o que isso acarreta:
eleições. E, Seguro, na mesma iminência, expõe ainda mais a alternativa
fraca que é. O pior de tudo é que essa perspetiva põe o Princípio de
Peter a colar-se-me. A haver eleições, atinjo o meu nível de
incompetência de cidadão. Não tenho em quem votar.
«DN» de 7 Jan 13 Etiquetas: autor convidado, F.F
1 Comments:
Será de optar, como um familiar meu, que tenciona votar (em próximas eleições legislativas) no extremo oposto ao que habitualmente tem feito?
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