17.12.15

A República e as primeiras-damas

Por C. Barroco Esperança
Portugal deve banir os (maus) exemplos vindos da Europa ou dos Estados Unidos, quiçá por reminiscências monárquicas, em que o presidente da República se faz acompanhar da consorte, como um sultão com o seu harém, em visitas de Estado.
As primeiras-damas são um anacronismo que diminui a mulher e as torna adereços da democracia onde seria inaceitável que a discriminação de género lhes negasse o direito de ocupar o cargo.
O lugar de primeira-dama representa um cargo sem funções, um mero estado civil, que a República deve extinguir. A tradição seria grotesca se a igualdade de género fosse já, como devia, uma realidade de facto e não apenas de direito.
A notícia de que as mulheres de Sampaio da Nóvoa ou Marcelo Rebelo de Sousa, assim como o homem de Maria de Belém Roseira, não preencherão as funções ocupadas pelas mulheres dos últimos PRs, é uma excelente notícia para quem repudia direitos conjugais na representação do Estado ainda que, em um dos casos, seja por hipocrisia beata.
Não se pode confundir a coabitação no Palácio de Belém da família do, ou da, PR com a constante presença conjugal nas cerimónias públicas e, muito menos, como a matriarca cessante fazia das viagens do PR, excursões familiares com os netinhos.
A inevitável eleição de um dos três candidatos citados trará um PR incomparavelmente melhor do que o atual, o Palácio de Belém será melhor frequentado e a República mais prestigiada. A ausência de uma primeira-dama ou de um primeiro-cavalheiro, de género igual ou diferente do do candidato eleito, é um avanço institucional do órgão unipessoal.
Não é a primeira vez que Portugal se coloca na vanguarda da civilização e constitui um exemplo para outros países. Não sendo neutra a escolha que o eleitorado venha a fazer, há benefícios enormes na substituição presidencial, a chegada de alguém com a cultura, sensibilidade e sentido de Estado, que o cargo exige, e a abolição da prótese conjugal.
Viva a República!
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Ponte Europa / Sorumbático

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3 Comments:

Blogger opjj said...

Os seus axaques só provam que é una persona solo, sem sentimentos do que representa a família, por isso o incomoda tanto as mulheres. Nota-se também uma dor de cotovelo rancorosa que é rara. OS POBRES são bem mais NOBRES que a sua retórica odiosa.
Não conheço CAVACO, só sei que apanhou com desmandos de Sampaio e Sócrates que arruinaram o país.
Sampaio anda por aí a pregar nobreza sobre os Sírios,não passa de cinismo, pois não levou nenhum para a sua casa espaçosa.
Deixe-se de tintas!

17 de dezembro de 2015 às 14:45  
Anonymous Anónimo said...

Foi propositado o "esquecimento" do Prof. Paulo de Morais?

22 de dezembro de 2015 às 01:05  
Blogger Carlos Esperança said...

Fernando Costa:

Respeito todos os candidatos de igual modo embora me sinta mais perto de um do que dos outros.

Quanto ao candidato Paulo de Morais (considero o título académico desnecessário para o cidadão candidato) não o incluí apenas porque não se afigura ter qualquer hipótese de êxito, independentemente do mérito, tal como acontece com Henrique Neto.

22 de dezembro de 2015 às 17:48  

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