BASTA, André!
Por C. Barroco Esperança
Não, não me refiro ao André Ventura, um ex-candidato de Passos Coelho à Câmara de Loures, líder da coligação BASTA ao P.E., de extrema-direita, abertamente racista e xenófobo. É perigoso e inteligente, mas suficientemente claro para não iludir inocentes.
Há mais Andrés na política. André Silva, engenheiro, é a face visível do PAN, partido das «Pessoas-Animais-Natureza», mais de animais do que das pessoas ou da natureza.
Aconteceu-lhe ser protagonista de uma novidade que resultou, e temo que passe a líder do grupo parlamentar de um partido sem conteúdo, que entrou no comboio da ecologia sem conhecer as pessoas, os movimentos ecologistas e os seus objetivos.
Confrange a ignorância política, as contradições e a impreparação que o separam de políticos competentes, por mais afastados que ideologicamente se encontrem entre si.
Foi deprimente assistir a debates de André Silva com António Costa, Catarina Martins, Rui Rio e Assunção Cristas, só não debateu com Jerónimo de Sousa, e ver o desastre na argumentação, nos conhecimentos e nos objetivos. Não foi um líder político, foi o pastor evangélico da seita radical a que faltam apoiantes e sobram crentes. O PAN não é partido político, é uma patologia mediática com ambições parlamentares conseguidas.
A benevolência da comunicação social, a proteção de que gozam as figuras exóticas e a facilidade com que a ignorância é promovida a pós-ciência, apagam a mediocridade das prestações televisivas e a indizível entrevista ao Expresso, com gente letrada a imaginar que daquela cabeça possa sair um programa, um projeto ou uma ideia para o País.
A benevolência com que é tratado o medíocre pregador de banalidades compromete os políticos, que não lhe desmascaram a ignorância, por calculismo ou receosos de serem vistos como arrogantes.
André Silva não é uma desilusão, é uma perigosa ilusão que pode sair cara.
Apostila – Era cómodo ignorar este epifenómeno do folclore eleitoral, mas era cobardia de quem não teme insultos da horda de acólitos que o seguem, silenciar a opinião sobre uma epidemia que lembra os movimentos anti vacinas e os das medicinas alternativas. Não são ideologias, são crenças.
Etiquetas: CBE
1 Comments:
Completamente de acordo! Só gostaria de acrescentar, que crença PAN é nefasta para a luta pela preservação do planeta
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