A GUERRA (3) – O suicídio russo
Por C. B. Esperança
A confirmarem-se as sevícias antes da morte dos cadáveres da cidade de Izidium, que os ucranianos recuperaram na contraofensiva, a Rússia legitima a propaganda que a Nato e a UE fizeram para a demonizar.
A Europa e o mundo não ficam mais perto da paz nem evitam, sobretudo a primeira, a tragédia económica que a aguarda, mas a Rússia terá dado um passo decisivo para se tornar um país pária e legitimar o apoio à Ucrânia.
A própria aliança com a China, que coloca sempre a Rússia na situação de inferioridade, não pode resistir ao opróbrio de uma solidariedade que envergonha e compromete.
Agora, com a investigação transparente das torturas, tornar-se-á fácil separar a verdade da propaganda e, naturalmente, são os ucranianos a atraírem a solidariedade com o seu sacrifício enquanto se despreza o martírio dos soldados e civis russos.
Se se confirmarem os atos de horror, Putin pode tornar-se mais perigoso, a Europa mais exposta, a Ucrânia em risco de ainda maior sofrimento, mas a Rússia não mais recupera a compreensão que ainda mantinha pela população russa massacrada na Ucrânia, antes da guerra.
As guerras perdem-se também na opinião pública.
Apostila: 1 – Quem já tinha perdido a guerra económica, com tendência a piorar, era a UE e, enquanto a população se distrai morbidamente com o cadáver da vetusta rainha inglesa, que tarda a sepultar, não pensa nas alterações climáticas e na crise energética que, em 2024, pode trazer de volta a candeia de azeite da minha infância;
2 – Espero que, em relação à guerra da Rússia com a Nato, na Ucrânia, não se confirme o maior receio, a verificação da Lei de Murphy: ‘Tudo o que poderá correr mal, correrá, e da pior maneira.’
Apostila - Dada a contrainformação e propaganda de que somos vítimas, posso vir a rever a posição aqui expressa. Não há ainda informação independente que confirme o alegado massacre e as valas comuns.
Ponte Europa / Sorumbático
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