JÁ SE SABE que, quando um mito choca com a realidade, a generalidade das pessoas prefere o primeiro - e foi isso que foi feito neste editorial do «Público» de hoje - transmitindo-se, mais uma vez, a peregrina ideia de que "Zé do Telhado roubava aos ricos para dar aos pobres".
Ora, Camilo, que conheceu de perto o famoso salteador quando ambos estavam presos na Cadeia da Relação, fala detalhadamente, na sua obra «Memórias do Cárcere», da vida e obra desse "artista"; e dá-nos conta de que só seria verdade que "ele roubava aos ricos para dar aos pobres" se se entendesse que "os pobres eram ele - Zé - e os seus companheiros"...
Ora, Camilo, que conheceu de perto o famoso salteador quando ambos estavam presos na Cadeia da Relação, fala detalhadamente, na sua obra «Memórias do Cárcere», da vida e obra desse "artista"; e dá-nos conta de que só seria verdade que "ele roubava aos ricos para dar aos pobres" se se entendesse que "os pobres eram ele - Zé - e os seus companheiros"...
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4 Comments:
E, então, faz-me a desfeita de acabar com mais um dos nossos mitos?! É que, como é sabido (e hoje mais que nunca), nem todo o mundo lê o Camilo e, muito menos, tudo o que não seja "O Amor de Perdição".
Quem escreveu o artigo até poderia saber da real história, mas o que interessa é o efeito produzido, ainda que o rigor fique perdido.
Os senhores jornalistas gostam muito destas coisas, sim...
No post seguinte há mais um exemplo de que o mito prevalece face à realidade quando se refere que "... tivessem açúcar estávamos todos diabéticos".
O assunto, em si mesmo, não tem importância nenhuma; fiz o "post" apenas porque li, recentemente, o referido livro de Camilo e achei graça ao desfazer do mito.
Mas foi John Ford (o mais famoso realizador de filmes de western) que disse qualquer coisa como «na dúvida, imprima-se o mito»
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