15.1.08

'Ad infinitum'...

Disponibilizado por Rodrigo, autor de «Humoral da História»
NUM POST INTITULADO "LNEC", escreve João Miranda, no «Blasfémias»:
«Perante as acusações de parcialidade, o presidente do LNEC reafirmou a sua honestidade. Ou seja, a única garantia que o presidente tem para nos oferecer é a da sua palavra. Ainda por cima parece acreditar em duas ideias que demonstram a sua incompetência. Acredita que só os desonestos é que são parciais e acredita que uma instituição pode avaliar a sua própria qualidade científica. Se o presidente do LNEC quer mesmo demonstrar a sua imparcialidade só tem que fazer aquilo que fazem as instituições científicas de topo: sujeite o estudo à avaliação externa. Se o estudo é bom, não tem nada a perder. Mas como não o faz, é legítimo suspeitar que o estudo não é tão bom quanto isso».
Comentário:
Na medida em que depende do Governo, as suspeitas de parcialidade do LNEC teriam alguma razão de ser (nesta saga Ota versus Alcochete) se tivesse produzido resultados favoráveis à sua tutela. Assim, e naquilo a que poderíamos chamar "por maioria de razão", estamos perante o caso oposto.
Acresce que uma instituição dessas, cuja função é fazer estudos, não pode estar sujeita a que esses mesmos estudos sejam inspeccionados de cada vez que um resultado não agrada a alguém - o que, presume-se, deve suceder com frequência...
De qualquer forma, imagino que essa "inspecção" já exista, mas feita por critérios internacionalmente aceites e não caso-a-caso, à la carte e ao sabor dos interesses daqueles a quem os resultados não agradam.
*
Mas admitamos, mesmo assim, que isso se fazia:
Essencialmente, estamos perante um estudo (da CIP) que foi validado pelo LNEC; a seguir, viria, então, uma outra entidade validar o Laboratório... e assim por aí fora? É isso?
Tudo bem; mas então, de duas uma:
Ou há entidades dessas em número infinito - e teremos uma situação do tipo fractal (como a que mostra o cartoon que aqui se vê); ou são em número finito e teremos uma situação circular: ao fim de algumas "inspecções", estaria a CIP a inspeccionar o inspector anterior...
-oOo-
Declaração de interesses: por mim, podem até fazer o aeroporto no Bugio (em cima de bidões flutuantes - v. aqui), ou mesmo em Vila Real de Santo António, em Caminha ou na Serra da Estrela. E, claro, podem continuar a chamar-lhe "de Lisboa", que eu prometo que não me rio.

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1 Comments:

Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

NOTA: O "comentário" que aqui se lê foi também afixado no "Blasfémias".

15 de janeiro de 2008 às 17:18  

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