A grande fornalha
RENÉ DESCARTES, filósofo francês do séc. XVII, via na Terra um pequeno Sol abortado, que arrefeceu e solidificou em superfície, mas mantendo o fogo central. Na mesma época, o jesuíta Athanasius Kircher defendia a existência de um fogo no centro da Terra, que comunicava com reservatórios que, por sua vez, alimentavam os vulcões. Esta ideia de um fogo central, que deu suporte à imagem do Inferno, fora já anunciada, no século V, a.C., pelo filósofo grego Empédocles. No séc. XVIII, Buffon, o grande naturalista francês, seguiu as ideias de Descartes e defendia que era esse calor central que gerava os magmas como os que se viam brotar dos vulcões.
Ao contrário do seu satélite, a Terra conserva, em profundidade, calor suficiente para lhe assegurar a maior parte do seu dinamismo interno. Sendo mais pequena, a Lua arrefeceu a ponto de nela ter cessado toda a actividade magmática, cujas últimas manifestações são as de um vulcanismo extinto há cerca de 3000 milhões de anos. A Terra funciona como uma imensa fornalha, sendo o seu calor interno o somatório do calor que lhe ficou da sua formação como planeta, mais o calor gerado pela radioactividade de certos elementos radioactivos, ao longo dessa enormidade de tempo.
Texto integral [aqui]
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E assim, numa linguagem simples, se transmitem conhecimentos aos não-iniciados.
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