10.12.08

O Processo do Parlamento

Por Baptista-Bastos
PARECE QUE 30 DEPUTADOS do PSD aproveitaram o prolongadíssimo fim-de-semana e descartaram-se do imenso enfado de estar no Parlamento. Como não se duvida do altaneiro patriotismo dos faltosos, talvez se acredite que foram para o remanso do lar desbravar dossiês e estudar as causas da decadência da democracia portuguesa. Porém, a ausência destes abnegados profissionais da política (junte-se mais 13 do PS, três do CDS, um do PCP e outro dos Verdes) permitiu que não fosse suspensa a avaliação dos professores, causa suprema da oposição.
Manuela Ferreira Leite, irritadíssima, chamou o líder parlamentar: exigia explicações ante tão infausto acontecimento. No Porto, Marco António Costa exigiu a demissão de Paulo Rangel, por "desmotivador". Grave e severo, Marcelo Rebelo de Sousa pediu as cabeças dos prevaricadores, alguns deles gente de considerável ambição e altos desígnios. "Os nomes! Que sejam publicados os nomes!", intimou.
(...)
Texto integral [aqui]

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8 Comments:

Blogger brunette said...

Eu sugiro um chip na orelha (ou noutra protuberância qualquer) de cada deputado!

10 de dezembro de 2008 às 10:56  
Blogger Sepúlveda said...

Eu sugiro avaliação de desempenho dos deputados, tal e qual aquela que não foi suspensa para professores. Com o mesmo tipo de metas e de classificação, etc.

10 de dezembro de 2008 às 11:38  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Para não sobrecarregar o blogue com um 3.º 'post' sobre o mesmo assunto, a crónica de hoje do autor-convidado João Paulo Guerra entra aqui, em "comentário":

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GAZETAS

A gazeta passou a ser uma das mais frequentes figuras extra-regimentais da prática parlamentar.


SEGUNDO o 'Diário de Notícias' de ontem, de Janeiro a meados de Julho, os deputados deram 1370 faltas. E a seguir partiram para dois meses de férias. E isto, note-se, são as faltas às 3 sessões parlamentares semanais, sendo que os deputados faltam muito mais frequentemente às sextas-feiras, antes do fim-de-semana, uma vez que às segundas e terças, depois do descanso semanal, deixou de haver reuniões plenárias. Diz o Diário de Notícias que a maioria das faltas são justificadas mas a justificação mais frequente é o “trabalho político”, o que pode ser tudo e é atestado pelo próprio.

Agora imagine-se que este regime, que os deputados decidem por si e para si próprios, era aplicável ao comum dos cidadãos: picavam o ponto três vezes por semana – quartas, quintas e sextas-feiras – e para faltarem, designadamente à sexta antecipando o fim-de-semana, bastava-lhes alegar uma balela não mensurável nem verificável. Mas a verdade é que sendo os deputados os representantes de todos os cidadãos portugueses, os representados deveriam ter iguais direitos, deveres, regalias, folganças e regabofes, sob pena do conjunto dos deputados, a Assembleia da República, o Parlamento, deixar de representar o todo nacional. E com ele a própria democracia perder o seu carácter representativo.

O Estado, no preciso momento em que assume o carácter ferrabrás de querer avaliar sobre tudo e todos, e das avaliações tirar consequências e desforços, deveria pensar num mecanismo de avaliação da classe política que não fosse apenas a eleição de deputados à lista, em pacote. Ou então os portugueses ficam autorizados a mandar a petulância pregar para outra freguesia.

«DE» de 10 Dez 08

10 de dezembro de 2008 às 12:24  
Blogger Ritinha said...

Eu sugiro que se dê uma casa camarária em Lisboa a cada Deputado e respectiva família. Assim já não haveria a desculpa da longa viagem.
Afinal seriam só mais umas centenas, e estas, ao menos, teriam alguma justificação.

10 de dezembro de 2008 às 19:48  
Blogger ferreira said...

Nem preciso de usar palavras minhas para comentar este post:
"Só me apetece sussurrar uma fórmula que imagino mágica para afugentar estes sacos de vento pomposos e patéticos: bardamerda!"
http://5dias.net/2008/12/10/baptista-bastos-continua-a-fazer-de-conta-que-nao-e-nada-com-ele/#

10 de dezembro de 2008 às 20:10  
Blogger A Mim Me Parece said...

O Marcelo pede os nomes dos faltosos mas a mim parece-me que ele quer apenas "um" nome. Mas essa já se acusou dizendo-se de falta justificada. Quer ele lá saber da justificação! O tipo faltou, não faltou? Enfoque nele!

11 de dezembro de 2008 às 01:52  
Blogger A Mim Me Parece said...

Não é "essa", é "esse".
As minhas desculpas.

11 de dezembro de 2008 às 01:53  
Blogger Táxi Pluvioso said...

Mas cabe na cabeça de alguém trabalhar na sexta-feira?

12 de dezembro de 2008 às 14:39  

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