10.2.09

Os salteadores da Pátria perdida

Por Joaquim Letria
CHAMAVA EU AQUI a atenção para as exigências modernas do velho mister de roubar, servindo-me da eloquência dum assalto a uma perfumaria, a par de outros roubos de ourivesarias quando, eis senão…um grupo de salteadores vai a Coroa do Frade, perto de Évora, e limpou jóias e artefactos do Neolítico em ouro, prata, cobre, bronze e ferro, numa vasta área da freguesia de Nossa Senhora da Tourega.
As escavações assaltadas estiveram desde 57 sem serem roubadas, pelo que foi preciso chegar ao actual requinte dos amigos do alheio e ao presente desenvolvimento em Portugal para ver esta tristeza “irreparável e irreversível” suceder. Ai Baleizão, Baleizão, oh terra Baleizoeira…
Roubar peças do Neolítico e do Calcolítico é cultura, dá muito mais trabalho do que vender na época baixa 80 toneladas de ouro do Banco de Portugal lá deixado pela “pesada herança”. E tem a utilidade de deixar a área limpa para qualquer “outlet” que no futuro lá queiram construir.
«24 Horas» de 10 de Fevereiro de 2009

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