10.2.09

Ouvidos nos dedos

Por Nuno Crato
SE O LEITOR EXPERIMENTAR sentir um cabelo com o tacto, por exemplo rolando-o entre os dois dedos, muito naturalmente conseguirá notá-lo. Feche os olhos e experimente. O diâmetro de um cabelo humano tem poucos centésimos de milímetro e os dedos conseguem senti-lo. Não há mais nenhuma parte do seu corpo capaz de o fazer.
Há muito que os especialistas se têm intrigado com essa capacidade sensorial. As linhas salientes das pontas dos dedos parecem ter um papel decisivo. Essas linhas, habitualmente chamadas cristas, são as projecções na superfície da pele das chamadas papilas dermo-epidérmicas. No seu topo, os ductos das glândulas sudoríparas abrem-se em poros, que são muito densos na ponta dos dedos e que os lubrificam constantemente. Só assim os nossos dedos conseguem desempenhar tão bem as funções de preensão e locomoção a que estamos habituados. Só assim, também, os dedos têm a extrema sensibilidade que o leitor terá acabado de notar. (...)
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